sábado, 12 de maio de 2012

Neuromarketing: tão poderoso quanto inexplorado


Mesmo demonstrando grande interesse no seu potencial, brasileiros ainda usam de forma modesta as ferramentas oferecidas pelas neurociências

O neuromarketing tem despertado o interesse e o entusiasmo de muitos profissionais do mercado nos últimos anos. O termo é frequentemente citado como uma poderosa ferramenta capaz de exprimir com fidelidade os desejos dos consumidores. No entanto, sua aplicação prática no campo do desenvolvimento de produtos e na otimização de peças de publicidade ainda ocorre com certa timidez no Brasil.

Antes de começar a tirar proveito efetivamente desse recurso, é preciso aprender a distingui-lo de outras técnicas inovadoras, como as ligadas à neuropsicologia, que normalmente geram confusão entre si. “Aplicar ferramentas da neuropsicologia, que são baseadas em testes com papel e caneta, não permite a alguém afirmar que faz uso do neuromarketing”, explica o professor Álvaro Machado Dias, do Laboratório de Neurociências de Clínicas da Unifesp.

Segundo o especialista, as principais ferramentas usadas hoje no neuromarketing são a ressonância magnética funcional, a eletroencefalografia e a eletrofisiologia periférica, que inclui o rastreamento ocular.

Respostas precisas e estáveis

A otimização de peças de publicidade tem sido uma das aplicações mais procuradas do neuromarketing e ganha destaque por fornecer respostas mais estáveis e, portanto, mais confiáveis por parte dos consumidores, enquanto nos métodos tradicionais de pesquisa existe uma instabilidade natural de opiniões. Na avaliação de filmes publicitários, a nova tecnologia leva vantagem também por permitir o acompanhamento em tempo real da reação dos consumidores a cada cena exibida.

Outra aplicação de destaque é o desenvolvimento de produtos, que agora podem ser aprimorados esteticamente a partir da avaliação da percepção dos consumidores. Já o rastreamento ocular tem sido usado principalmente no aprimoramento da navegabilidade de websites.

Potencial a ser labutado

Tais aplicações ganham cada vez mais espaço no mercado, embora o Brasil ainda esteja engatinhando nesse sentido, pelo menos dentro das agências. O mais intrigante, no entanto, é saber que esta é apenas a ponta do iceberg. “Existem diversos campos inexplorados. Quem se antecipar vai tirar os melhores benefícios. Tenho certeza que, em alguns anos, ninguém vai produzir um blockbuster ou lançar uma música pop sem antes analisar os correlatos neurais”, prevê Dias.

A indústria do entretenimento não será a única a ganhar um poderoso aliado. Hoje já é possível também fazer a otimização de discursos, tornando-os mais convincentes. Empresas podem trabalhar sua imagem, assim como políticos podem usar esse recurso em tempo real durante um debate, por exemplo. Que tipo de consequência isso traria para a sociedade?  A correta utilização do neuromarketing, assim como qualquer ferramenta, depende dos objetivos de quem utiliza.

Portal HSM
09/05/2012

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Fonte: http://br.hsmglobal.com/editorias/marketing/neuromarketing-tao-poderoso-quanto-inexplorado?quicktabs_2=0

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