segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Matriz BCG

A Matriz BCG
Por Daniel Portillo Serrano
13/12/2006
A Matriz BCG é uma ferramenta desenvolvida pelo Boston Consulting Group para analisar o posicionamento e possibilidades de cada unidade de negócios de uma empresa. A matriz é composta por 4 quadrantes localizados em um diagrama com o eixo "X" representando a participação relativa de mercado da Unidade de Negócios (da maior para a menor) e o eixo "Y" com a taxa de crescimento do mercado em que a unidade atua.
O quadrante inferior esquerdo compreende os produtos chamados de Vacas Leiteiras ou Geradores de caixa. O quadrante inferior direito engloba os produtos chamados de Abacaxis, ou Cachorros (recentemente tem surgido a expressão "bichos de estimação - Pets" para não dar uma idéia pejorativa). Produtos no quadrante superior direito são chamados de Oportunidades ou Interrogação. Já os posicionados no quadrante superior esquerdo são denominados de Estrela. (veja o diagrama abaixo)
Simplificando:
a) Produtos ou Serviços com alta participação Relativa de Mercado em um mercado de baixo crescimento são Vacas Leiteiras.
b) Produtos ou Serviços com baixa participação relativa de mercado em um mercado de baixo crescimento são Abacaxis, ou Cachorros.
c) Produtos ou Serviços com baixa participação relativa de mercado em um mercado de alto crescimento são oportunidades.
d) Produtos ou serviços com alta participação relativa de mercado em um mercado com alto crescimento são estrelas.
A denominação acaba sendo facilmente entendida ao se analisar os extremos: sem dúvida um produto posicionado em um mercado crescente com alta participação nesse mercado, só pode ser uma "estrela". Já um produto com participação baixa em um mercado estagnado é na realidade um "abacaxi".
Daniel Portillo Serrano é graduado em Marketing e pós graduado em Administração de Empresas. É consultor de Marketing e Vendas e editor dos sites Portal do Marketing e Portal da Psique . Tem atuado como principal executivo de Vendas e Marketing em diversas empresas do ramo Eletroeletrônico, Telecomunicações e Informática. Ministra aulas de Marketing, Administração e Planejamento em cursos de graduação e pós graduação.

O Modelo das Cinco Forças de Michael Porter

O Modelo das Cinco Forças de Michael Porter
Francisco Velez Roxo
16/05/2007
Um dos aspectos essenciais na formulação da estratégia das empresas em particular da sua dimensão marketing, consiste na relação entre a empresa e o seu contexto ou ambiente.

Embora este seja bastante vasto, abrangendo o mais variado tipo de forças desde as de natureza econômica, social, tecnológica, política e legal, o aspecto determinante desse contexto é o conjunto das características mais relevantes do setor ou setores, também chamados de indústrias, nas quais a empresa desenvolve as suas atividades.

A estrutura de um setor influencia e determina as “regras do jogo concorrencial” de uma forma fundamental, bem como delimita as estratégias potenciais que a empresa pode vir a adotar e implementar. A intensidade concorrencial num setor não é um fator do acaso.

A concorrência numa indústria baseia-se na respectiva estrutura econômica e ultrapassa o comportamento das empresas que nela operam.

A intensidade concorrencial de um setor depende de cinco forças básicas:
· O número de concorrentes e a sua rivalidade em determinado momento
· A entrada de novos concorrentes
· O poder de negociação dos clientes
· O poder de negociação dos fornecedores
· O aparecimento de produtos substitutos

É a partir da conjugação do impacto relativo de cada uma destas forças que é determinada a rentabilidade potencial do setor.

O objetivo estratégico de cada empresa, será o de encontrar uma posição nessa indústria que permita defender-se das cinco forças referidas ou influenciá-las a seu favor. Como todos os concorrentes conhecem, pelo menos superficialmente, a existência dessas forças, o importante, para a formulação da estratégia empresarial consiste numa análise profunda das raízes dessas forças. O conhecimento dessas raízes permite uma melhor utilização dos pontos fortes e a correção dos pontos fracos da empresa, permite identificar as alterações estratégicas mais aconselháveis e as áreas mais atraentes ou mais arriscadas resultantes da evolução da indústria.

Vejamos, de uma forma mais detalhada, os principais aspectos a considerar neste tipo de análise:
· Número de concorrentes atuais e a sua rivalidade em determinado momento
A rivalidade num setor existe porque um ou mais concorrentes se sentem pressionados, ou vêem oportunidades, para melhorar a sua posição. Em muitos setores “manobras” efetuadas por uma empresa têm efeitos significativos nas outras e, portanto, originam retaliação ou esforços para anular essas “jogadas”. Este conjunto de ações e reações podem não deixar a empresa que iniciou o processo e a própria indústria/setor numa situação mais favorável.

Muitas formas de concorrência, principalmente as guerras de preços, são bastante instáveis e muito possivelmente deixam o setor em pior situação sob o ponto de vista de rentabilidade. Guerras de publicidade, por outro lado, podem expandir a procura e elevar o nível de diferenciação dos produtos da indústria, beneficiando todas as empresas. Uma rivalidade intensa é fruto de um certo número de fatores: Numerosos concorrentes ou com equilíbrio de forças - quando o número de empresas é elevado cada uma delas acredita que pode realizar determinadas jogadas sem serem notadas.
Mesmo quando o número de empresas é reduzido, se existir equilíbrio de forças, estas podem estar dispostas a lutar entre si. Quando a indústria é concentrada, dominada por um reduzido número de empresas, estas podem impor a sua disciplina ou desempenhar um papel coordenador na indústria; Crescimento lento do setor - numa indústria/setor com uma taxa de crescimento reduzida, a concorrência transforma-se numa batalha pela conquista de quota de mercado para as empresas que procuram crescer; Elevados custos fixos ou de armazenagem - a existência de custos fixos elevados coloca pressão nas empresas para utilizarem a sua capacidade ao máximo o que conduz muitas vezes a reduções de preços quando existe capacidade em excesso.

Uma situação relacionada com elevados custos fixos é a de um produto que uma vez produzido é dificilmente armazenado ou em que a sua armazenagem é dispendiosa. Neste caso as empresas são tentadas a cortar os preços a fim de assegurarem as vendas; Inexistência de diferenciação ou custos de mudança - nos casos em que não existe diferenciação entre os produtos oferecidos numa indústria, a escolha por parte do cliente é feita na base do preço e serviço.
A diferenciação de produtos, por outro lado, evita uma guerra concorrencial pois os compradores têm preferências e são leais a determinados produtores;
Aumentos bruscos de capacidade - em indústrias em que as economias de escala obrigam a grandes incrementos da capacidade instalada, a adição de nova capacidade perturba periodicamente o equilíbrio entre a procura e a oferta nessa indústria. Verificam-se então períodos de sobrecapacidade e redução de preços;
Diversidade de concorrentes - os concorrentes que atuam numa indústria podem diferir entre si nas estratégias, origens, personalidades e ter objetivos diferentes e modos distintos de concorrer. Dificilmente interpretam as intenções dos outros concorrentes não chegando a acordo quanto à definição das regras de jogo na indústria;
Importância estratégica do negócio - a rivalidade numa indústria torna-se mais intensa se um certo número de empresas consideram muito importante a sua atividade nessa indústria. Nestas condições os seus objetivos podem ser, não só diferentes, mas também desestabilizadores pois têm um caráter expansionista e estão dispostos a sacrificar a sua rentabilidade;
Elevadas barreiras de saída - barreiras de saída são fatores de ordem econômica, estratégica e até emocional, que fazem com que determinadas empresas permaneçam numa indústria, mesmo que obtenham uma baixa ou até negativa rentabilidade. As principais causas de barreiras de saída são: Ativos especializados - com baixo valor de liquidação ou elevados custos de conversão ou transferência;
Custos fixos de saída - incluem indenizações, manutenção de peças de substituição,.Relações estratégicas - com outros negócios da empresa, em termos de imagem, marketing, acesso ao mercado de capitais,.Barreiras emocionais - a recusa por parte dos gestores em tomar decisões de saída, economicamente justificáveis, por razões de identificação com o negócio, lealdade, medo, orgulho,.Restrições de ordem social ou governamental Barreiras de entrada e de saída - o efeito conjunto das barreiras de entrada e saída constitui um aspecto importante da análise de um setor:
· Entradas de novos concorrentes
A entrada de novas empresas concorrentes num setor conduz ao aumento da capacidade instalada, ao desejo de ganhar quota de mercado e à aplicação de recursos, por vezes substanciais, nesse setor. A ameaça de entrada num setor depende das chamadas “barreiras à entrada” existentes e da reação dos concorrentes atuais. Se as barreiras forem elevadas e a reação esperada das empresas existentes for vigorosa a ameaça de entrada é reduzida, no caso contrário ela é elevada.
Entre as principais barreiras de entrada destacam-se:
Economias de Escala - as economias de escala traduzem-se na redução dos custos unitários de um produto (ou operação) com o aumento do volume produzido num determinado período de tempo. As economias de escala dificultam a entrada na medida em que força o novo concorrente ou a instalar uma maior capacidade de produção e a sustentar uma forte reação por parte das empresas já existentes, ou então a entrar na indústria numa escala inferior e colocar-se numa situação desvantajosa em termos de custos. As economias de escala podem existir em, praticamente, todas as funções da empresa: marketing, produção, abastecimentos, investigação e desenvolvimento, rede de prestação de serviços, etc.;
Diferenciação de Produto - a diferenciação de produto significa que as empresas existentes têm uma imagem de marca e uma lealdade por parte dos clientes finais, resultantes de publicidade feita no passado, do serviço prestado ou simplesmente por terem sido as primeiras no setor. A diferenciação cria uma barreira na medida em que força os recém chegados a despender elevadas quantias para vencer a atual lealdade dos consumidores. Este esforço pode envolver investimentos importantes durante a fase de arranque e perdurar por um prolongado período de tempo;
Necessidades de capital - a necessidade de investir elevados recursos financeiros para entrar no setor cria barreiras de entrada, particularmente se o capital for necessário para financiar publicidade inicial ou investigação e desenvolvimento;
Custos da Mudança - os custos que um comprador tem de suportar ao mudar de um fornecedor para outro, constituem uma barreira à entrada. Estes custos podem incluir o treino de trabalhadores, novo equipamento, tempo despendido em testes de qualificação do novo fornecedor e até custos de ordem psicológica ao abandonar as relações com os anteriores fornecedores;
Acesso a Canais de Distribuição - uma barreira de entrada pode ser constituída pela necessidade que a empresa recém chegada tem em assegurar a distribuição dos seus produtos. Na medida em que esses canais estão já a ser utilizados pela sua concorrência já instalada, a nova empresa tem de convencer aqueles a aceitar o seu produto através de maiores descontos, publicidade conjunta, que acabam por reduzir as margens possíveis;
Desvantagens econômicas independentes do efeito de escala - as empresas já instaladas podem ter vantagens em termos de custos independentemente da sua dimensão. Por exemplo: · Know-how protegido através de patentes ou segredo; · Acesso privilegiado a matérias primas; · Localização favorável; · Subsídios do Governo. Curva de Experiência - em alguns setores existe a tendência para que os custos unitários do produto diminuam à medida que a empresa acumula experiência na sua produção. Os custos devido à melhoria dos métodos utilizados pelos trabalhadores (curva de aprendizagem, equipamento especializado, alterações no produto,.).
A experiência pode reduzir os custos na produção, marketing, distribuição e em todas as outras áreas e operações da empresa. Por vezes atribui-se às economias de escala a redução de custos motivada pela experiência. Aquelas dependem, no entanto, do volume de produção por unidade de tempo e não da produção acumulada ao longo do tempo como a segunda. Se os custos diminuem com a experiência e se a empresa consegue manter como sua propriedade os efeitos da experiência, então estes constituirão uma barreira à entrada; Política do Governo - Um Governo pode limitar (ou até impedir) a entrada em muitas indústrias utilizando medidas de controle como licenças, acesso a matérias primas, combate à poluição,.;
As expectativas no que diz respeito à reação das empresas existentes no setor face a uma empresa recém-chegada, influenciam a ameaça de entradas no setor. As seguintes condições permitem prever forte retaliação e mesmo o impedimento de entrada: Um passado de forte retaliação relativamente às empresas que pretendem entrar na indústria. As empresas instaladas possuem recursos substanciais para reagir (ativos líquidos em excesso, capacidade de endividamento não utilizada, capacidade produtiva em excesso, domínio dos canais de distribuição). As empresas instaladas estão fortemente comprometidas com a indústria, tendo elevados ativos fixos nela envolvidos.
O crescimento da indústria é lento, limitando assim a sua possibilidade de “absorver” uma nova empresa sem afetar negativamente as vendas e rentabilidade das empresas instaladas.
· Poder de negociação dos clientes
Os clientes influenciam a concorrência na indústria na medida em que podem provocar a diminuição dos preços, exigem maior qualidade e nível de serviço e jogam os concorrentes uns contra os outros, à custa da rentabilidade da indústria/setor.
Um grupo de clientes é poderoso se:
· É concentrado ou compra grandes quantidades relativamente às vendas do produtor;
· Os produtos comprados à indústria representam uma fração importante dos custos e compras do cliente;
· Os produtos adquiridos são indiferenciáveis;
· Depara com baixos custos de mudança;
· A sua rentabilidade é baixa;
· Constituem uma ameaça de integração a montante;
· A qualidade do produto adquirido não é importante para a qualidade dos produtos fabricados pelos clientes;
· Possuem informação completa (procura, preços, custos, rendimentos,.);

A seleção, por parte da empresa, do tipo de clientes a quem vender é uma decisão estratégica da maior importância. Uma empresa pode, por exemplo, melhorar a sua posição estratégica selecionando, para seus clientes, aqueles que tiverem menor poder.

· Poder de negociação dos fornecedores
Os fornecedores podem exercer o seu poder sobre um setor ameaçando elevar os preços ou reduzir a qualidade dos seus produtos ou serviços.
Um grupo de fornecedores é poderoso nas seguintes condições:
· É dominado por um número reduzido de empresas e está mais concentrado do que a indústria que fornece;
· Não depara com produtos substitutos;
· A indústria abastecida não constitui um cliente importante para os fornecedores;
· Os produtos fornecidos são diferenciáveis ou apresentam elevados custos de mudança.
· Constituem uma ameaça de integração a jusante;
Geralmente apenas se consideram como fornecedores outras empresas, no entanto, a mão de obra deve ser reconhecida, também, como um fornecedor que pode deter grande poder sobre os setores. O governo influencia diretamente muitos, senão todos, dos aspectos do setor de um modo direto e/ou indireto. Em muitos setores o governo é o cliente ou fornecedor e, muitas vezes, o seu papel é determinado mais por razões políticas do que por razões econômicas.
A legislação governamental coloca também limites ao comportamento das empresas como clientes ou fornecedores. Assim, uma análise estrutural só está completa com a inclusão do diagnóstico da política atual e futura dos governos de uma nação ou de um bloco econômico.
· Aparecimento de produtos substitutos
Todas as empresas num setor estão em concorrência com empresas de outros setores que produzem produtos substitutos. Estes limitam a rentabilidade potencial de um setor colocando um teto nos preços que as empresas podem praticar. A identificação de produtos de substituição resulta da pesquisa de outros produtos que podem desempenhar a mesma função. Os produtos substitutos que merecem atenção especial são aqueles cuja relação preço/rendimento tem tendência a ser superior à dos produtos do setor, ou são produzidos em setores altamente rentáveis.
Fonte: Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento, IAPMEI de Portugal

Modelos Mentais

Modelos Mentais
http://www.abtd.com.br - Data da Publicação: 06/04/2009

Por MARIA INES FELIPPE

Afinal como são os seus Modelos Mentais?

(*) Maria Ines Felippe

No feriado passado estava lendo revistas e o artigo dizia a respeito da percepção, onde explica que de acordo com os livros de psicologia a percepção é o processo de selecionar, organizar e interpretar estímulos oferecidos pelo meio .Refletindo senti a necessidade de escrever sobre modelos mentais, assunto este que tenho tratado intensamente nos programas de criatividade. Ressalto que é complicado pensar em ferramentas para estímulos da criatividade e inovação, sem tratar dos modelos mentais.

Nosso comportamento é regido por eles, que são nada mais do que imagens, experiências que nos guia, que interferem na nossa percepção do mundo como agimos, eles moldam a nossa forma de agir e está ligada aos processos educacionais, forma de criação etc. Quem nunca escutou a frase: Cada um vê as coisas com os olhos que tem?

A nossa personalidade foi formada pela forma como fomos criados, modelos ensinados, preconceitos, e padrões de comportamento. Os modelos mentais são naturalmente modelos em evolução, através da interação com o meio, as pessoas formulam novos modelos.

Tudo isso pode parecer simples, mas na prática não é bem assim, pois na maioria eles são inconscientes.

Eles são naturalmente modelos em transformação é algo dinâmico e através da interação com o meio às pessoas vão reformulando suas concepções e isso é fundamental para viver no mundo em transformação.

Muitas vezes deixamos de ter boas idéias e perdemos grandes negócios por causa dos modelos mentais vigentes, experiências passadas por vezes não bem sucedidas, bloqueando-nos, amedrontando-nos. Eles funcionam como anteparos invisíveis que nós mesmos criamos, ou criam por nós, e sem perceber nos tornamos escravos dos nossos pensamentos. Este aspecto é cada vez mais percebido nos programas de treinamento que tenho realizado. Há pessoas que acreditam que precisam ter e uma grande idéia e que somente o amigo as possui. Sempre reforço, nos grupos, não precisa ter uma grande idéia e sim uma pequena idéia de grande valor. Outro aspecto percebido é a ordem de mando: Inovar sem gastar.

Para impedir o processo criativo, listei uma série de argumentos, que bloqueiam a criatividade e que fazem parte dos modelos mentais de algumas pessoas. Aproveite e marque quanta das frases abaixo que você tem escutado ou até mesmo as que fazem parte do seu vocabulário.

q Isso nunca vai dar certo.

q Não sou criativo.

q Criatividade é coisa de artistas.

q Já tentei e não deu certo.

q Não vão gostar.

q Time que está ganhando não se mexe.

q Sempre foi feito assim, porque mudar.

q Isso não é lógico.

q Isso é óbvio, acho que já pensaram.

q Alguém já pensou e não deu certo.

q Se fosse bom já teriam inventado antes.

q Vão te chamar de louco, de ridículo.

q Isso é bobagem, pare de inventar.

q Você deve estar brincando?

q Isso cria mais problemas do que solução.

q Semana que vem vamos criar.

q Vamos ser realistas.

q Você pensou nisso a fundo?

q Temos que acertar logo.

Cuidado com o excesso veja se não está utilizando demais as frases acima, ou também não está escutando demais, elas poderão bloquear a criatividade.

Quebrar esses modelos requer esforços e leva a mudanças de pensamento e, conseqüentemente, de comportamento, despertando-nos para uma vida melhor.

As mudanças fazem parte da vida e ocorrem quando sentimos necessidade de ser o que somos, tirando crenças e preconceitos, agindo criativamente, transformando ameaças em oportunidades.

O despertar da criatividade faz com que as pessoas aprendam a ver as coisas com novos olhos, percebendo oportunidades, possibilitando vária soluções para os mesmos problemas, tornando-se mais sensíveis aos estímulos da sociedade, favorecendo a geração de idéias e a capacidade de dar respostas prontas e argutas, para isso é preciso rever os seus modelos mentais.

O autor diz no mesmo artigo: O mundo sorri para os "perceptivos" e ri dos "desligados" .

Saibam os que criam e inovam são curiosos, utilizam a percepção, para identificar seus próprios modelos mentais e da sociedade, transformando o que era visto como risco em oportunidades, ou o que era pouco percebido em verdadeira obra de arte.

(*) Maria Inês Felippe

Consultora organizacional. Vice Presidente de Interação com ABRHNACIONAL

www.mariainesfelippe.com.br

f. 11- 3836 4448 99905830

Conselhos clássicos de Peter F. Drucker

Conselhos clássicos de Peter F. Drucker

Em mais de 30 artigos para a Harvard Business Review, Peter Drucker (1909-2005) instigou o leitor a empreender a dura tarefa de refletir - sem nunca deixar, insistia, de agir com determinação. Analisou a fundo o fenômeno do trabalho do conhecimento - a crescente importância de gente que usa a mente em vez do braço - e explicou como tal trabalho se afastava da tese reinante sobre o funcionamento de uma organização. Achava fascinante que certos indivíduos soubessem mais sobre certos temas do que chefes ou colegas, mas ainda assim tivessem de cooperar com outros indivíduos numa grande organização.

Com o amadurecimento do mundo dos negócios na segunda metade do século 20, o executivo passou a julgar que sabia como tocar a empresa, e Drucker assumiu para si a tarefa de desconstruir tal crença, para impedir uma postura acomodada. Mas fez isso com muito tato, partindo da tese de que seu público era inteligente, dava duro e agia de boa-fé. Seu trabalho era perfeito para o formato da Harvard Business Review - ensaios práticos, fundados em idéias - e seu estilo perspicaz, humanista, veio sempre enriquecer a revista.

Este artigo é uma coletânea de grandes conselhos de gestão dados por Drucker aos leitores da HBR ao longo dos anos - seus maiores sucessos, em suma. Aqui revemos os seguintes artigos:

"A teoria do negócio" (setembro-outubro 1994)
"Gestão voltada à eficácia" (maio-junho 1963)
"O que aprender com o terceiro setor" (julho-agosto 1989)
"A nova sociedade da organização" (setembro-outubro 1992)
"A informação realmente útil para o executivo" (janeiro-fevereiro 1995)
"Gerenciando a si mesmo" (março-abril 1999)
"Não são empregados, são pessoas" (fevereiro 2002)
"O que torna um executivo eficaz" (junho 2004)

Nenhum teórico da administração foi tão prolífico ou profundo como Peter Drucker.

Aqui, uma compilação de grandes conselhos de Drucker ao executivo.

Nota do editor: Peter Drucker viveu boa parte da vida na era da informação. Sua obra, porém, trazia muito mais reflexão do que dados. Em dezenas de ensaios incisivos para a Harvard Business Review e outras publicações, Drucker explorou os desafios e oportunidades diante do executivo. A gratificação em seus artigos raramente veio de um resultado de pesquisa ou de fatos pouco conhecidos. Vinha, antes, de suas idéias, que punham em xeque noções comuns sobre a empresa e o indivíduo. Drucker instava o leitor a seguir o exemplo e empreender a dura tarefa de refletir - sem nunca deixar, insistia, de agir com determinação.

Filho de um alto servidor civil da dinastia Habsburg, Peter Ferdinand Drucker nasceu em Viena em 1909. Com a escassez de oportunidades na esteira da 1a Guerra Mundial, foi trabalhar na Alemanha após concluir os estudos. Primeiro foi bancário; depois, jornalista. Ainda na Alemanha, doutorou-se em direito internacional. A ascensão do nazismo fez com que deixasse o país em 1933. Depois de quatro anos em Londres, rumou para os Estados Unidos, onde passou a dar aulas e a escrever.

Sua carreira de teórico da administração deslanchou na década de 1940, quando seus primeiros ensaios sobre política e sociedade lhe deram acesso às entranhas da General Motors, então uma das maiores empresas do mundo. A experiência na Europa deixara Drucker fascinado pela questão da autoridade - fascínio dividido com Donaldson Brown, então o cérebro por trás dos controles administrativos na GM. Brown convidou Drucker a realizar ali uma espécie de auditoria política. Disso resultou Concept of the Corporation, que popularizou a estrutura multidivisional da GM e abriu caminho para diversos artigos sobre o tema, acordos de consultoria e outros livros.

Ele próprio um trabalhador do conhecimento, Drucker tinha interesse particular na importância cada vez maior de gente que usa a mente, e não a mão, para trabalhar. Achava fascinante que certos indivíduos soubessem mais sobre certos temas do que chefes ou colegas, mas ainda assim tivessem de cooperar com outros indivíduos numa grande organização. Em vez de simplesmente louvar o fenômeno como símbolo do progresso humano, Drucker o analisou e explicou como se afastava da tese reinante sobre o funcionamento de uma organização.

Sua abordagem caiu como uma luva no mundo de negócios cada vez mais maduro da segunda metade do século 20. Àquela altura, grandes empresas já contavam com a eficiência manufatureira e a hierarquia administrativa da produção em massa. Com o executivo crente de que sabia como tocar a empresa, Drucker assumiu para si a tarefa de desconstruir tal crença, para impedir uma postura acomodada. Mas fez isso com muito tato. Drucker partia da tese de que seu público era inteligente, racional - gente que dava duro e agia de boa-fé. Se a organização ia mal, pensava, em geral era culpa de idéias ultrapassadas, de uma noção tacanha do problema ou de falhas internas de comunicação.

Seu trabalho era perfeito para o formato da Harvard Business Review - ensaios práticos, fundados em idéias - e seu estilo perspicaz, humanista, veio sempre enriquecer a revista. Drucker ensinou todos nós a ir além - e mais fundo - ao pensar.

A teoria do negócio

>> Publicado em setembro-outubro de 1994

A raiz de praticamente todas essas crises [empresariais] não está no fato de que as coisas são malfeitas. E sequer de que a coisa errada esteja sendo feita. Na maioria dos casos a coisa certa é feita - mas de modo infrutífero. Qual a razão do aparente paradoxo? As noções sobre as quais a organização foi erguida e é tocada já não condizem com a realidade. Falo das noções que determinam o comportamento da organização, ditam as decisões sobre o que ou não fazer e definem o que ela considera sigificante em termos de resultados. São noções sobre o mercado. Noções sobre a identificação de clientes e concorrentes, sobre seus valores e comportamento. São noções sobre a tecnologia e sua dinâmica, sobre pontos fortes e fracos da empresa. São noções sobre aquilo que a empresa faz para ganhar dinheiro. São o que chamo de teoria do negócio (...).

Sempre que uma grande organização enfrenta problemas - sobretudo se registrou sucesso durante muitos anos -, morosidade, comodismo, arrogância e burocracia desmedida levam a culpa. Explicação plausível? Sim. Mas raramente relevante ou correta (...).

Durante 70 anos, [a teoria do negócio da General Motors] foi como um passe de mágica. Até nas profundezas da Depressão a GM nunca registrou prejuízo, nem deixou de conquistar mercado. Mas, no final da década de 1970, suas noções sobre o mercado e a produção perderam a validade. O mercado se fragmentava em segmentos altamente voláteis ditados pelo "estilo de vida". A renda virou um de vários fatores atuantes na decisão de consumo, e não mais o único. Paralelamente, a produção enxuta viabilizou a produção em pequena escala. Tornou lotes pequenos e a variação em modelos menos onerosa e mais rentável do que lotes grandes de produtos uniformes.

A GM sabia disso, mas não acreditava no que via (o sindicato até hoje não crê). O que fez foi tentar remendar a situação. Manteve as divisões então vigentes, segmentadas segundo a renda, mas fez com que cada uma passasse a ter um "carro para todo bolso". Para tentar competir com a economia de baixa escala da produção enxuta, automatizou a produção em massa, em alta escala e grandes lotes (perdendo US$ 30 bilhões no processo). Embora ninguém diga, a GM aplicou uma bela dose de energia, esforço e investimento de tempo e dinheiro à empreitada. Só que o remediar serviu apenas para confundir clientes, concessionárias, funcionários e gerentes da empresa. E, nisso, a GM deixou de lado o verdadeiro mercado para expansão, que já liderava e no qual teria sido quase imbatível: utilitários leves e minivans (...).

(...) Em geral, procuramos o mago com a varinha de condão para promover a transformação de uma organização. Porém, para estabelecer, manter e restaurar uma teoria não é preciso instalar um Genghis Khan ou um Leonardo da Vinci no comando. Não é questão de genialidade, mas de arregaçar as mangas. Não é questão de astúcia, mas de escrúpulos. Para isso um presidente é pago.

Há, com efeito, um bom número de executivos que mudaram a teoria da empresa. O presidente que fez da Merck um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo - ao fechar o foco na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos revolucionários, patenteados e de altas margens - também mudou radicalmente a teoria da empresa. Como? Comprando uma grande distribuidora de genéricos e medicamentos vendidos sem receita. Fez isso sem "crise", enquanto a Merck ia de vento em popa.

Anos atrás, o novo presidente da Sony - a mais popular fabricante de aparelhos eletrônicos do mundo - também mudou a teoria do negócio. Comprou um estúdio de cinema em Hollywood e, com isso, deslocou o centro de gravidade da empresa, que de fabricante de hardware em busca de software passou a produtora de software que cria demanda para hardware no mercado.

Mas, para cada um desses supostos magos, há dezenas de presidentes igualmente capacitados cuja organização claudica. Não dá para apostar em um garoto prodígio para injetar vida numa teoria do negócio obsoleta - assim como não dá para depender de mágica para sanar outras mazelas sérias. Numa conversa, um mago desses nega ve-ementemente que age com base no carisma, na visão ou, por que não, na distribuição de passes. Começa com um diagnóstico, uma análise. Reconhece que para atingir metas e crescer rápido é preciso repensar seriamente a teoria do negócio. Não encara o fracasso inesperado como resultado da incompetência de um subordinado ou de um acidente, mas como sintoma de uma "falha do sistema". Não assume o crédito pelo sucesso inesperado, mas o trata como um desafio a suas convicções.

Esse indivíduo aceita que a obsolescência da teoria é um mal degenerativo e, a rigor, letal. E conhece, e aceita, um princípio consagrado da medicina, o mais antigo princípio da tomada de decisão eficaz: não é procrastinando que se cura uma doença degenerativa. É agindo - e com resolução.

Gestão voltada à eficácia

>> Publicado em maio-junho de 1963

Não pretendo apresentar, aqui, toda uma "teoria econômica da ciência da gestão", pois não possuo uma. Minha intenção não é, muito menos, oferecer uma fórmula mágica, uma "lista de tarefas" ou um "procedimento" que faça o serviço pelo gerente. Cabe a ele tal trabalho - trabalho duro, exigente, cheio de riscos. E, embora haja por aí muita máquina para reduzir o esforço, ainda não inventaram uma máquina que dispense o trabalho - e muito menos o raciocínio.

Mas digo, sim, que sabemos organizar o trabalho de administrar com vista à eficácia econômica e como fazê-lo com objetivos e resultados. A resposta às três principais questões (...) é conhecida, e está aí há tanto tempo que já não deveria causar surpresa a ninguém.

1. Qual a função do gerente? Canalizar recursos e iniciativas da empresa para oportunidades que prometam resultados economicamente consideráveis. Soa banal - e é. Mas qualquer análise que já vi ou fiz sobre a alocação real de recursos e energia em uma empresa nitidamente mostrava que o grosso do tempo, do trabalho, da atenção e do dinheiro vai, primeiro, para "problemas", e não para oportunidades, e, segundo, para áreas nas quais até um desempenho espetacular terá impacto mínimo sobre os resultados.

2. Qual o principal problema? É, basicamente, a confusão entre eficácia e eficiência - entre fazer a coisa certa e fazer certo as coisas. É difícil achar algo tão inútil quanto fazer com grande eficiência algo que simplesmente não deveria ser feito. Entretanto, nossas ferramentas - sobretudo conceitos contábeis e dados - são todas voltadas à eficiência. O que precisamos é de um jeito de identificar áreas de eficácia (de possíveis resultados relevantes) e de um método para nos concentrarmos nelas.

3. Qual o princípio? Isso, também, muita gente sabe - ao menos como proposta geral. A empreitada comercial não é um fenômeno da natureza, mas da sociedade. Em uma situação social, contudo, os fatos não ocorrem segundo a "distribuição normal" de um universo natural (ou seja, não são distribuídos segundo a curva gaussiana). Em uma situação social um pequeno número de acontecimentos - de 10% a 20%, no máximo - responde por 90% de todos os resultados, enquanto a grande maioria responde por 10% ou menos dos resultados.

É o que se vê no comércio. Entre mi-lhares de clientes, um punhado gera o grosso dos pedidos; entre centenas de produtos, um punhado gera o grosso do volume - e assim por diante. É o que se vê no mercado, no uso final, em canais de distribuição. E é o que se vê nas vendas: entre centenas de vendedores, um punhado sempre gera dois terços ou mais de todos os negócios novos. É o que se vê na fábrica, onde poucos lotes respondem pelo grosso do volume produzido. E na pesquisa - onde, em geral, um punhado de sujeitos no laboratório produz todas as inovações importantes.

Isso é parte do último e do mais crucial requisito (...): a coragem de não arredar pé de uma decisão lógica, apesar de todos os pedidos para que esse ou aquele produto recebam outra chance, e apesar de álibis específicos como o da contabilidade - "isso absorve o custo fixo" - ou o da gerência de vendas - "precisamos de uma linha de produtos completa" (claro que nem sempre um álibi desses é infundado, mas o ônus da prova é de quem o apresenta). Infelizmente, não conheço nenhum procedimento ou guia básico para a coragem na gestão.

O que esbocei neste artigo é o verdadeiro trabalho do gestor. Como tal, exige que ele ataque o problema de elevar a eficácia da empresa sistematicamente - com um plano de ação, com um método de análise e com uma compreensão das ferramentas necessárias.

E, embora o trabalho a ser feito possa parecer diferente em cada empresa, uma verdade básica estará sempre presente: todo produto e toda atividade de uma empresa começam a envelhecer assim que são criados. Todo produto, toda operação e toda atividade de uma empresa deveriam, portanto, ser submetidos a um teste a cada dois ou três anos. Deveriam ser examinados da mesma forma que examinamos uma proposta para lançar um novo produto, uma nova operação, uma nova atividade - com orçamento, pedido de alocação de verbas e por aí vai. Para cada um, é preciso indagar: "Se já não estivéssemos nessa área, entraríamos nela agora?" E, se a resposta for "não", a questão seguinte deveria ser: "Como sair disso, e com que rapidez?"

O que aprender com o terceiro setor

>> Publicado em julho-agosto de 1989

Partir da missão e daquilo que ela exige talvez seja a primeira lição que uma empresa pode tirar de boas entidades sem fins lucrativos. Isso foca a organização na ação. Define as estratégias exigidas para a consecução de metas cruciais. Deixa a organização disciplinada. É a única coisa capaz de prevenir o mal degenerativo mais comum em organizações, sobretudo as grandes: a pulverização de recursos limitados em coisas que soam "interessantes" ou parecem "rentáveis", em vez de sua concentração em um número reduzido de iniciativas produtivas.

As melhores entidades do terceiro setor refletem muito antes de definir a missão da organização.

Evitam declarações grandiosas cheias de boas intenções e focam, antes, em metas com implicações inequívocas para a atividade de seus membros - tanto funcionários como voluntários. A meta do Exército de Salvação é converter gente rejeitada pela sociedade - alcoólatras, criminosos, indigentes - em cidadãos. A de um grupo de escoteiras é ajudar a meninada a crescer confiante, capaz, com respeito por si e pelo próximo. A da The Nature Conservancy é preservar a fauna e a flora.

Além disso, uma entidade dessas parte do ambiente, da comunidade, daqueles que serão seus "clientes". Não começa, como tende a ocorrer com empresas americanas, de dentro - ou seja, com a organização em si ou retornos financeiros (...).

Uma missão bem definida é um lembrete constante da necessidade de ir além da organização não só na busca de "clientes", mas também de parâmetros de sucesso. A tentação de se satisfazer com a "nobreza da causa" - e com isso trocar resultados por boas intenções - está sempre presente em organizações sem fins lucrativos. É justamente por isso que as de sucesso e resultado são aquelas que souberam definir nitidamente que mudanças fora da organização constituem "resultados", e se concentrar nelas.

A experiência de uma grande rede de hospitais católicos no sudoeste americano mostra o quão produtivos podem ser um sentido claro de missão e o foco em resultados. Apesar da queda drástica no repasse de verbas públicas e em internações nos últimos oito anos, a rede registrou alta de 15% na receita (saindo assim do vermelho), promoveu uma grande ampliação dos serviços e melhorou os padrões médicos e de atendimento. Chegou lá porque a freira que a preside entendeu que sua função e a da equipe é prestar serviços de saúde (sobretudo ao pobre), e não administrar hospitais.

Com isso, quando a prestação desses serviços começou a deixar o hospital (por motivos médicos, não econômicos) cerca de dez anos atrás, a rede estimulou a tendência, em vez de lutar contra ela. Montou centros cirúrgicos ambulatoriais, centros de reabilitação, centros de diagnóstico, planos de medicina de grupo e por aí vai. O lema da rede era: "Se algo é para o bem do paciente, devemos apoiá-lo e, em seguida, fazer com que se pague." Num paradoxo, essa política encheu os hospitais da rede, pois a popularidade dos postos avançados gera um fluxo contínuo de pacientes (...).

Muitas entidades do terceiro setor hoje possuem o que ainda é a exceção em empresas: um conselho operante. E algo mais raro: um presidente que nitidamente presta contas ao conselho e cujo desempenho é avaliado todo ano por um comitê do conselho. Possuem, também, algo ainda mais raro: um conselho cujo desempenho é avaliado todo ano à luz de metas preestabelecidas. O uso eficaz do conselho é, portanto, outra área na qual a empresa pode aprender com o terceiro setor (...).

(...) Por mais comum que se torne a gestão profissional - e executivos profissionais hoje presidem a maioria das entidades do setor, e todas as maiores -, é impossível, a princípio, tornar o conse-lho de uma entidade dessas tão impotente quanto o de tantas empresas. Por mais que o presidente de uma entidade sem fins lucrativos desejasse - e alguns sem dúvida desejam -, o conselho não vai dizer amém a tudo. Uma razão é financeira. Em empresas de capital aberto poucos conselheiros são grandes acionistas; já os conselheiros de entidades sem fins lucrativos muitas vezes injetam grandes cifras na entidade, e ainda angariam doações. Além disso, tendem a ter um compromisso pessoal com a causa. Pouca gente atua em um conse-lho paroquial ou no conselho de uma escola se não se importar muito com a religião ou a educação. E mais: por terem atuado com voluntários no passado, muitos conselheiros no terceiro setor conhecem a fundo a organização, diferentemente de conselheiros externos em uma empresa.

É justamente por esse empenho e esse envolvimento que a relação do conselho de uma entidade sem fins lucrativos com o presidente tende a ser turbulenta e com elevado potencial de atrito. O presidente se queixa da "intromissão" do conselho. Já os conselheiros acusam a direção de "usurpar" a função do conselho. Isso levou um número crescente de entidades do terceiro setor a reconhecer que nem o conselho nem o presidente são o "chefe". São colegas que trabalham com a mesma meta, mas executam tarefas distintas. E descobriram que cabe ao presidente definir a tarefa de cada um deles (...).

O enfraquecimento do conselho de uma grande corporação iria, como muitos de nós previmos (a começar por Myles Mace) debilitar a gerência, e não fortalecê-la. Iria dissipar a responsabilidade da gerência pelo desempenho e pelos resultados; com efeito, é raro o conselho de uma empresa de grande porte que avalie o desempenho do presidente à luz de metas preestabelecidas. Enfraquecer o conselho também iria, previmos, privar a cúpula gestora de um apoio eficaz e crível caso sofresse ataques. Isso tudo foi amplamente confirmado na recente leva de aquisições hostis.

A nova sociedade da organização

>> Publicado em setembro-outubro de 1992

Sociedade, comunidade e família são instituições conservadoras. Tentam manter a estabilidade e impedir, ou ao menos retardar, a mudança. Mas a organização moderna é desestabilizadora. Deve ser organizada para inovar, e a inovação, como disse o grande economista austro-americano Joseph Schumpeter, é a "destruição criativa". Deve ser organizada para o abandono sistemático de tudo o que for estabelecido, costumeiro, familiar e cômodo, seja um produto, serviço ou processo, seja um conjunto de habilidades, relações humanas e sociais, seja a própria organização. Em suma, deve ser organizada para a constante mudança. A função da organização é colocar o conhecimento em ação - em ferramentas, produtos e processos, na formulação do trabalho, no próprio conhecimento. É da natureza do conhecimento mudar depressa e fazer com que as certezas de hoje se transformem nos absurdos de amanhã (...).

Diferentemente da "comunidade", da "sociedade" ou da "família", a organização é projetada com um propósito e é sempre especializada. A comunidade e a sociedade são definidas pelos vínculos entre seus membros, seja o idioma, a cultura, a história, a localização. Uma organização é definida por aquilo que faz. Uma orquestra sinfônica não tenta curar um doente; toca música. Um hospital cuida do paciente, mas não tenta tocar Beethoven.

Com efeito, a organização só é eficaz quando se concentra em uma tarefa. A diversificação destrói a capacidade de desempenho de uma organização, seja uma empresa, um sindicato, uma escola, um hospital, um serviço comunitário, um templo religioso. A sociedade e a comunidade devem ser multidimensionais; são todo um ambiente. Uma organização é um instrumento. E, como qualquer instrumento, quanto mais especializada, maior sua capacidade de realizar a tarefa.

Uma vez que a organização moderna é formada de especialistas, cada qual com sua área estreita de expertise, sua missão deve ser cristalina. Para não confundir seus membros, a organização deve ser unidimensional. Sem isso, cada um vai seguir a própria especialização, em vez de aplicá-la à tarefa comum. Cada um vai definir o que constitui "resultados" à luz da própria especialidade e impor os valores dela à organização. Somente uma missão comum e definida vai aglutinar a organização e permitir que produza. Sem tal missão, a organização logo perderá credibilidade e, com ela, o poder de atrair aqueles de que necessita para agir (...).

A diversidade característica de uma sociedade desenvolvida, e fonte de sua grande força, só é possível graças à organização especializada e unidimensional que vem se desenvolvendo desde a Revolução Industrial e, sobretudo, nos últimos 50 anos. Mas o que garante sua capacidade de agir é, justamente, o fato de que cada uma é autônoma e especializada, e regida apenas pela visão e pela missão próprias (e estreitas), por seus valores estreitos - e não por considerações da sociedade e da comunidade.

Com isso voltamos ao velho - e nunca solucionado - problema da sociedade pluralista: a quem cabe zelar pelo bem comum? Quem define o que é? Quem contrapõe as metas e valores distintos, em geral conflitantes, das instituições da sociedade? Quem abre mão disso em troca daquilo, e com base em que toma a decisão?

O feudalismo medieval foi substituído pelo Estado unitário e soberano justamente por não poder responder a essas questões. Mas o Estado unitário soberano agora foi substituído por um novo pluralismo - pluralismo funcional, não de poder político -, pois foi incapaz tanto de satisfazer as necessidades da sociedade quanto de executar as tarefas exigidas pela comunidade. Em última análise, é a lição fundamental a ser tirada da derrocada do socialismo, da derrocada da crença em um

Estado todo-poderoso, onipresente. O desafio que hoje enfrentamos, sobretudo em democracias desenvolvidas e de livre mercado como os Estados Unidos, é fazer com que o pluralismo de organizações autônomas, fundadas no conhecimento, redundem tanto em desempenho econômico quanto em coesão política e social.

A informação realmente útil para o executivo

>> Publicado em janeiro-fevereiro de 1995

Desde o surgimento das novas ferramentas de processamento de dados, 30 ou 40 anos atrás, quem trabalha em empresas ou superestimou ou subestimou a importância da informação na organização. Superestimamos - e aqui me incluo - suas possibilidades a ponto de achar que "modelos de negócios" gerados por computador poderiam tomar decisões e até tocar boa parte dos negócios. Mas também subestimamos feio as novas ferramentas; vimos nelas um meio de realizar de modo melhor aquilo que o executivo já fazia para administrar a organização.

Hoje, ninguém mais fala em modelos de negócios tomando decisões econômicas. Por ora, a maior contribuição de nossa capacidade de processamento de dados não foi sequer para a gestão. Foi para a operação - é o caso do computer-assisted design ou do maravilhoso software hoje usado por arquitetos para resolver problemas estruturais em edifícios que projetam.

Mas, nesse processo de superestimar e subestimar as novas ferramentas, acabamos não percebendo que iriam mudar radicalmente a tarefa a executar. Conceitos e ferramentas, como a história não cansa de mostrar, são interdependentes e interativos. Um muda o outro. É isso que ocorre hoje com o conceito que chamamos de empresa e a ferramenta que chamamos de informação. O novo instrumento permite - aliás, talvez obrigue - que enxerguemos a empresa de outro modo (...).

O cálculo tradicional de custos mede quanto custa executar uma tarefa - uma rosca de parafuso, digamos. Já o custeio baseado em atividades registra também o custo de não executar a tarefa - custo do maquinário ocioso, custo de aguardar uma peça ou ferramenta imprescindíveis, custo do estoque parado, custo do retrabalho ou do descarte de peças defeituosas. O custo de não executar, que o cálculo tracidional de custos não registra, é muitas vezes igual, e às vezes até superior, ao custo de executar. O custeio baseado em atividades dá, portanto, não só um controle muito melhor dos custos, mas, cada vez mais, um controle dos resultados (...).

Independentemente de como será atendida, a necessidade de informação sobre os ambientes nos quais tendem a surgir as grandes ameaças e oportunidades será cada vez mais premente.

Alguns diriam que muito pouco dessa necessidade de informação é novo, e em grande medida é verdade. Conceitualmente, muitas das novas mensurações vêm sendo discutidas há anos, por toda parte. O novo, aqui, é a capacidade técnica de processamento de dados. Com ela, é possível fazer de modo rápido e barato o que, até alguns anos atrás, teria sido laborioso e caríssimo. Há 70 anos o estudo de tempo e movimento viabilizou a contabilidade de custos tradicional. Hoje, o computador torna possível o custeio baseado em atividades; sem ele, seria algo praticamente impossível.

Mas este argumento erra o alvo. O importante não são as ferramentas. São os conceitos por trás delas - que transformam o que sempre foi visto como técnicas específicas para uso isolado, com propósitos distintos, em um sistema de informação integrado. Este sistema, por sua vez, torna possível o diagnóstico, a estratégia e as decisões da empresa. É uma visão nova e radicalmente distinta do significado e do propósito da informação, que passa a ser uma mensuração sobre a qual basear a ação no futuro, em vez de autópsia e registro daquilo que já ocorreu.

A organização de comando-e-controle surgida na década de 1870 pode ser comparada a um organismo sustentado por sua concha. A corporação que hoje emerge é projetada em torno de um esqueleto: a informação, tanto o novo sistema de integração da corporação quanto sua articulação.

Nossa tradicional mentalidade - ainda que usemos técnicas matemáticas sofisticadas e um jargão sociológico indecifrável - sempre teve uma ligeira impressão de que a empresa compra barato e vende caro. A nova abordagem define a empresa como a organização que soma valor e gera riqueza.

Gerenciando a si mesmo

>> Publicado em março-abril de 1999

É incrível, mas pouca gente sabe como dá cabo de algo. Aliás, a maioria de nós sequer sabe que cada pessoa trabalha de modo distinto, se desempenha de um modo distinto. Muita gente trabalha de um jeito que não é o seu, fórmula quase certa para o baixo desempenho. Para o trabalhador do conhecimento, saber como é seu desempenho talvez seja mais importante do que saber quais são seus pontos fortes.

Assim como os pontos fortes, o modo como a pessoa se desempenha também é único. É uma questão de personalidade. Seja um traço natural ou adquirido, a personalidade sem dúvida é formada muito antes de a pessoa começar a trabalhar. O modo como alguém se desempenha é um dado, bem como aquilo em que a pessoa é boa ou não. Tal modo pode ser ligeiramente modificado, mas dificilmente será totalmente transformado. Assim como tem resultados ao fazer aquilo em que prima, a pessoa também tem resultados por trabalhar do modo em que melhor se desempe-nha. Certos traços de personalidade comuns em geral determinam o modo como a pessoa se desempenha.

O primeiro a saber é se você é um leitor ou um ouvinte. Pouquíssima gente sequer sabe que há leitores e ouvintes e que alguém raramente é ambos. Menos pessoas ainda sabem qual dos dois elas são (...).

(...) Lyndon Johnson destruiu sua presidência, em grande parte, por ignorar que era um ouvinte. Seu antecessor, John Kennedy, era um leitor que havia montado um grupo de redatores geniais para assessorá-lo, garantindo que escrevessem para ele antes de discutir os memorandos em pessoa. Johnson manteve na equipe esse pessoal - que seguiu escrevendo. Aparentemente, Johnson nunca entendeu uma palavra do que escreveram. Como senador, contudo, Johnson fora esplêndido, pois um parlamentar tem de ser, acima de tudo, um ouvinte.

(...) Toda vez que (...) começo a trabalhar com uma organização, a primeira coisa que ouço são os conflitos de personalidade. A maioria deles surge do fato de que as pessoas não sabem o que as outras estão fazendo e como fazem seu trabalho, ou em qual contribuição as outras estão se concentrando e que resultados esperam. E a razão de não saberem é que não perguntaram - e, logo, não foram informadas.

Deixar de perguntar é mais reflexo da história humana do que da estupidez humana. Até há pouco, era desnecessário dizer qualquer coisa dessas a alguém. Na cidade medieval, todo mundo num distrito tinha a mesma ocupação. Na zona rural, todos os habitantes de um vale plantavam a mesma coisa tão logo o solo descongelava. Mesmo as poucas pessoas que faziam algo que não era "comum" traba- lhavam sós, de modo que não tinham de dizer a ninguém o que faziam.

Hoje, a grande maioria das pessoas trabalha com gente cujas tarefas e responsabilidades são distintas. A diretora de marketing pode ter vindo da área de vendas e saber tudo sobre esse campo, mas não sabe nada sobre aquilo que nunca fez - precificação, publicidade, embalagem e afins. Logo, a pessoa que faz essas coisas deve garantir que a diretora de marketing entenda o que ela está tentando fazer, por que está tentando, como vai fazê-lo e que resultados esperar.

Se a diretora de marketing não entende o que esses especialistas do conhecimento fazem, a culpa é basicamente deles, não dela. Eles não a instruíram. Inversamente, cabe à diretora de marketing assegurar que todos os seus colegas entendam de que modo ela encara o marketing: quais suas metas, como ela trabalha e o que ela espera de si mesma e de cada um deles.

Até gente que entende a importância de assumir a responsabilidade por relacionamentos muitas vezes não se comunica suficientemente com seus colabora- dores. Essa gente receia ser vista como presunçosa ou indiscreta, ou burra. Mas é um erro. Toda vez que alguém busca um colaborador para dizer: "É nisso que sou bom, é assim que trabalho, esses são meus valores, essa é a contribuição na qual pretendo me concentrar, esses são os resultados que pretendo apresentar", a resposta é sempre: "Isso ajuda muito, mas por que você não falou antes?"

É a mesma reação que se obtém - sem exceção, por minha experiência - se a pessoa continua e pergunta: "E o que preciso saber a respeito dos seus pontos fortes, do modo como você opera, dos seus valores e da contribuição que você propõe?" Aliás, um trabalhador do conhecimento deveria pedir isso de todos com quem trabalha, seja como subordinado, superior, colega ou membro de equipe. Repito, toda vez que isso é feito, a reação é sempre: "Obrigado por perguntar, mas por que você não me perguntou antes?"

Uma organização já não se constrói na base da força, mas da confiança. A existência de confiança entre as pessoas não significa necessariamente que uma goste da outra. Significa apenas que uma entende a outra. Assumir a responsabilidade por relacionamentos é, portanto, uma necessidade absoluta. É um dever. Seja a pessoa um membro da organização, um consultor, um fornecedor ou um distribuidor, ela deve tal responsabilidade a todos os colegas de trabalho: aqueles de cujo trabalho depende assim como aqueles que dependem do seu trabalho.

Não são empregados, são pessoas

>> Publicado em fevereiro de 2002

U ma força de trabalho basea-da no conhecimento é qualitativamente distinta de uma força menos qualificada. É verdade que o trabalhador do conhecimento é minoria, e que provavelmente nunca deixará de ser. Mas é hoje um grande gerador de riqueza e emprego. Cada vez mais, o sucesso - aliás, a sobrevivência - de uma empresa vai depender do desempenho de seus trabalhadores do conhecimento. E já que é impossível, segundo as leis da estatística, contratar mais do que um punhado dos "melhores" profissionais, a única saída para a organização triunfar em uma economia e em uma sociedade fundadas no conhecimento é extrair mais dessas mesmas pessoas - ou seja, tentar obter uma maior produtividade de seus trabalhadores do conhecimento. O segredo, para citar uma velha máxima, é "levar gente ordinária a feitos extraordinários" (...).

Contratar temporários e, sobretudo, firmas especializadas em recursos humanos libera o gerente para se concentrar no negócio, e não em normas, regulamentos e papelada ligados ao trabalhador. Gastar um quarto do tempo com esse aspecto do trabalho é, de fato, desperdiçar recursos preciosos, caros e escassos. É entediante. É algo que diminui e corrompe, e que não pode somar nada além de uma capacidade maior para o embuste.

Logo, a empresa tem bons motivos para tentar se livrar de tarefas rotineiras da relação com o pessoal - seja sistematizando internamente a gestão de RH, seja terceirizando a atividade. Só precisa ter cuidado para não ferir ou destruir, no processo, seu relacionamento com o pessoal. Aliás, o grande benefício de reduzir a papelada talvez seja ganhar mais tempo para se relacionar com as pessoas. Todo executivo terá de aprender o que um bom chefe de departamento em uma universidade ou um bom regente de uma sinfônica há muito sabem: que a chave da excelência é descobrir qual o potencial de cada indivíduo e se empenhar em seu cultivo. Quem deseja montar um departamento de relevo em uma universidade precisa orientar jovens doutores e professores assistentes até que atinjam a excelência no trabalho. Montar uma orquestra de primeira requer o ensaio do mesmo trecho de uma sinfonia até que o primeiro clarinete soe como o regente ouve. É o mesmo princípio que faz com que o diretor de pesquisa de um laboratório industrial tenha sucesso.

Líderes de uma empresa fundada no conhecimento também precisam dedicar tempo a profissionais promissores. Parar para conhecer essa gente, permitir que o conheçam, dar orientação, ouvir o que têm a dizer.
Desafiá-los, estimulá-los. Ainda que não sejam funcionários tradicionais (leia-se com carteira assinada), são um recurso capital para a organização e crucial para seu desempenho. Toda a burocracia administrativa que a relação com o pessoal traz pode, e deve, ser sistematizada - e isso significa que talvez acabe se tornando impessoal. Mas, se a relação com o funcionário estiver sendo terceirizada, o executivo precisa trabalhar de perto com a firma responsável para promover o desenvolvimento profissional, a motivação, a satisfação e a produtividade do trabalhador do conhecimento - de cujo desempenho seus próprios resultados dependem.

O que torna um executivo eficaz

>> Publicado em junho de 2004

Um executivo eficaz não precisa ser um líder - não no sentido em que o termo é comumente empregado hoje em dia. Harry Truman, por exemplo, não tinha um grama de carisma e mesmo assim foi um dos presidentes mais eficazes da história americana. Assim como ele, alguns dos melhores executivos com quem trabalhei em 65 anos de carreira - de organizações com e sem fins lucrativos - não se encaixavam no estereótipo do líder. Eram variadíssimos no que tange a personalidade, atitude, valores, pontos fortes, pontos fracos - havia do extrovertido ao semi-recluso, do despreocupado ao controlador, do generoso ao parcimonioso.

E eram eficazes porque seguiam, todos, as oito seguintes práticas:

Perguntavam "O que precisa ser feito?".
Perguntavam "O que é bom para a empresa?".
Criavam planos de ação.
Assumiam a responsabilidade pelas decisões.
Assumiam a responsabilidade pela comunicação.
Focavam oportunidades em vez de problemas.
Faziam reuniões produtivas.
Pensavam e diziam "nós" em vez de "eu" (...)

Acabamos de analisar as oito práticas do executivo eficaz. De quebra, faço uma recomendação final. É algo tão importante que será elevado à condição de regra: ouça primeiro, fale por último.

http://www.revistaharvard.com.br//index.php?option=com_content&task=view&id=164&Itemid=1

domingo, 5 de abril de 2009

Revista Veja - 40 anos

Link de acesso a todas as revistas Veja, editadas pela Abril nesses últimos 40 anos. Da capa à contra-capa, incluindo todas as páginas.

É um trabalho impressionante e creio que servirá como fonte de consulta e garimpagem de dados para efetivação de eventuais trabalhos de pesquisa. Todas as edições de VEJA poderão ser consultadas na íntegra na web. A revista VEJA abre todo o seu acervo de 40 anos de existência na internet.

Todas as edições poderão ser consultadas na íntegra em formato digital no endereço

http://veja.abril.com.br/acervodigital/

A revista liberou o acervo em comemoração ao seu aniversário de 40 anos. A primeira edição de VEJA foi publicada em 11 de setembro de 1968.

O sistema de navegação é similar ao da revista em papel: o usuário vai folheando as páginas digitais com os cliques do mouse.

O acervo apresenta as edições em ordem cronológica, além de contar com um sistema de buscas, que permite cruzar informações e realizar filtros por período e editorias.

Também é possível acessar um conjunto de pesquisas previamente elaborado pela redação do site da revista, com temas da atualidade e fatos históricos.

Com investimento de R$ 3 milhões, o projeto é resultado de uma parceria entre a Editora Abril e a Digital Pages e levou 12 meses para ficar pronto. Mais de 2 mil edições impressas foram digitalizadas por uma equipe de 30 pessoas. O banco Bradesco patrocinou a iniciativa.

Recomendem e repassem (se for o caso) aos seus filhos, familiares e amigos.

BIZREVOLUTION - Regra dos 10 anos

Regra dos 10 anos.

"As pessoas sempre querem saber por que eu escrevo o que eu escrevo, por que eu escrevo tantas coisas terríveis e macabras. Eu gosto de dizer a elas que eu tenho o coração de um garoto... e o mantenho preso dentro de uma jarra em cima da minha mesa.". Stephen King

Querida(o) Amiga(o),

Eu quero ser um grande escritor desde que me conheço por gente.

Mas, desde que me conheço por gente me pergunto se realmente tenho alguma habilidade especial ou dom além da conta para me tornar um verdadeiro talento na escrita.

Será que sirvo para a coisa?

Não sei.

Mas fui atrás para descobrir.

Desde que me conheço por gente procuro ler e estudar a vida dos grandes autores que admiro. Será que eles nasceram com algum dom especial? Será que eles comeram alguma sopa especial quando crianças? Quais livros eles leram, quais foram suas inspirações, será que eles praticavam algum tipo de ritual para conseguir escrever?

Li a biografia de grandes autores, desde tratados sobre Shakespeare passando por Agatha Christie, Ayn Rand até Mark Twain e Fernando Sabino. Há anos assino revistas sobre a vida de grandes autores, sobre como fazer livros, blá blá blá. Leio todo tipo de entrevista e assisto a todo tipo de palestra que autores de verdade fazem por aí.

O que eu descobri?

Nenhum deles acredita que nasceu com algum dom especial.

Eles simplesmente acreditam que é preciso trabalhar duro para escrever um livro.

Muitos deles, mesmo alguns muito famosos como Stephen King, chegam a afirmar que o parto de um novo livro é tão doloroso quanto o nascimento do primeiro livro.

Não existe mágica. Não existe talento nenhum, apenas muito trabalho duro. Na biografia de Agatha Christie, que li quando tinha uns 10 anos, ela disse para uma repórter, "O quê é preciso para ser uma grande escritora? Minha cara, pela minha experiência, eu precisei de 10 anos para escrever um livro que eu considero soberbo".

Muitos anos se passaram. Uns dez anos atrás, lendo uma entrevista de Stephen King para uma revista gringa, eu escuto: "São necessários 10 anos para uma pessoa normal se transformar em um escritor que mereça ser lido por milhares de pessoas. Escreva todos os dias durante 10 anos da sua vida e provavelmente você será um escritor relevante".

10 anos. De novo.

Já fazia algum tempo que não ouvia ninguém mais mencionar a regra dos 10 anos.

Será que perdera a validade?

Nãooo, eis que a regra surge novamente.

Outliers, de Malcon Gladwell, é um livro muito bacana. Ele pertence ao time dos livros sobre negócios que ainda fazem algum sentido nos dias de hoje: livros pragmáticos que vendem idéias baseadas em pesquisas, experimentos, fatos concretos etc. De uma certa maneira, Outliers é do time do Good to Great do Jim Collins.

A palavra Outliers não tem uma tradução perfeita para o português, uma das traduções mais próximas seria Excepcional, Fora de Série etc.

O livro procura levantar a lebre sobre o que transforma um ser humano como eu e você em um cara fora de série.

É preciso nascer fora de série?

É preciso ter pais fora de série?

É preciso viver em um país fora de série?

O talento inato existe?

No início da década de 90, o psicólogo K. Anders Ericsoon e dois colegas realizaram o estudo Exhibit A numa instituição de alto nível, a Academia de Música de Berlim. Com a ajuda de professores, formaram três grupos com os violinistas da escola.

No primeiro ficaram as estrelas, os alunos que tinham potencial para se tornar solitas de nível internacional. No segundo, foram reunidos aqueles considerados apenas "bons". No terceiro, estavam os estudantes que dificilmente chegariam a tocar como profissionais, mas que pretendiam se tornar professores de música. Todos eles tiveram que responder à seguinte pergunta: ao longo da sua carreira, quantas horas você praticou?

Todos os violinistas começaram a tocar mais ou menos na mesma época, em torno dos cinco anos de idade. Nessa fase inicial, praticavam por um tempo quase idêntico - duas a três horas por semana. Por volta dos oito anos, diferenças reais começaram a surgir. Os alunos que acabariam se revelando os melhores das suas turmas passaram a se dedicar mais do que todos os outros: seis horas por semana aos nove anos, oito horas por semana aos 12 anos, 16 horas por semana aos 14 anos e, cada vez mais. Aos 20 anos, estavam praticando - isto é, tocando de forma compenetrada com o objetivo de melhorar - bem mais do que 30 horas semanais. Nessa idade, os melhores músicos, os do primeiro grupo, haviam totalizado 10 mil horas de treinamento em sua vida; os meramente bons, oito mil horas; e os futuros professores de música, pouco mais de quatro mil horas.

Ericsson e seus colegas compararam depois pianistas amadores com pianistas profissionais. Identificaram um padrão idêntico. Os amadores nunca haviam praticado mais do que cerca de três horas por semana durante a infância. Assim, aos 20 anos, totalizaram dois mil horas de prática. Os profissionais, por outro lado, foram aumentando o tempo de treinamento a cada ano até que, aos 20 anos, chegaram também a 10 mil horas.

O fato surpreendente nesse estudo é que Ericsson e seus colegas não encontraram nenhum "talento natural" - músicos que tenham sido capazes de chegar ao topo sem esforço, praticando somente uma fração do tempo dos colegas. Eles também não identificaram alunos que, embora se empenhassem mais do que os outros, não tenham conseguido ficar entre os melhores. Essa pesquisa indicou que, quando uma pessoa tem capacidade suficiente para ingressar numa escola de música de alto nível, o que a distingue dos demais estudantes é o seu grau de esforço. É exatamente isso. E mais: quem está no alto não apenas se dedica mais do que os outros - dedica-se muito mais do que os outros.

Essa regra sempre fez muito sentido para mim, e nunca saiu da minha cabeça. Agatha Christie, Stephen King, 10 anos, 10 mil horas. Coloquei esse número como meta anos atrás e comecei a escrever todos os dias.

Isso foi há mais ou menos 10 anos.

Tá chegando a minha hora.

QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você?

Ricardo Jordão Magalhães
Feliz 10 anos de QUEBRA TUDO!
E-Mail e Messenger: ricardom@bizrevolution.com.br
BIZREVOLUTION

Tenha uma estratégia antes de agir (análise S.W.O.T.)


É preciso tomar decisões com qualidade e colocar em prática as boas ideias, no entanto, com a estratégia adequada.
O mercado está cada vez mais concorrido. As empresas estão investindo na qualificação dos profissionais, em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia para empregar os recursos em busca de melhores resultados. Além disso, por conta das oscilações econômicas que acabam por influenciar a realização de planos e cumprimento de metas, concluímos que o mundo dos negócios está instável.
Por essas razões, torna-se imprescindível encontrar alternativas estratégicas para alcançar soluções satisfatórias e viáveis, que tragam resultados a curto, médio e longo prazo. Mas de que forma trabalhar para conseguir esses objetivos? Será que a busca por informações estratégicas e seu processamento de forma inteligente pode ser uma boa saída?
Uma ferramenta de gestão empresarial bastante utilizada é a análise S.W.O.T., que consiste no estudo do cenário externo e da realidade interna de uma organização. Esse tipo de medida é de fundamental importância para se iniciar um projeto importante e, principalmente, para criar ações estratégicas em momentos de incerteza, porque nos permite conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis que o mercado apresenta, além de situar a organização dentro do seu real contexto.
É preciso tomar decisões com qualidade e colocar em prática as boas ideias, no entanto, tudo deve ser feito com cautela e com a estratégia adequada. Falo isso porque é muito comum encontrarmos casos de empresas com produtos e serviços inovadores, mas que acabam pecando nas estratégias de atuação frente ao mercado em que atuam.
O termo S.W.O.T. é uma sigla em inglês, que representa um acrônimo de:
• Forças (Strenghts),
• Fraquezas (Weaknesses),
• Oportunidades (Opportunities) e
• Ameaças (Threats).
A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune sobre as 500 maiores corporações.
A análise S.W.O.T. é um sistema simples que tem por objetivo verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. A análise se divide em ‘ambiente interno’, composto pelos itens: forças e fraquezas. Já o ‘externo’, está relacionado às oportunidades e ameaças. A partir dessa divisão é possível estabelecer aquilo que é de responsabilidade da empresa, e o que é uma antecipação do futuro, ou seja, o que se pode traçar a respeito de possibilidades positivas ou negativas do macro ambiente econômico.
Depois de fazer o levantamento de dados é chegada a hora de cruzar as informações, para que, dessa maneira, seja possível encontrar alternativas para a sua operação de negócios. Combinando fatores externos e internos, você terá a chance de saber como suas forças podem servir como impulso para aproveitar as oportunidades já existentes no mercado, ou, ainda, saber como deve se reposicionar em relação às fraquezas para não sofrer as conseqüências das ameaças encontradas.
Há mais de três mil anos, Sun Tzu, considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos e autor do livro "A Arte da Guerra" já dizia: "Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças".
Essa ferramenta pode ajudar você na avaliação de empresas, projetos, produtos, serviços e equipes. Para isso, faça as perguntas relacionadas abaixo.
Pontos Fortes:
• O que você, sua empresa e equipe fazem bem?
• Que recursos especiais você possui e pode aproveitar?
• Quais os seus diferenciais?
• O que a concorrência, a equipe,os clientes e os fornecedores acham que você faz bem?
Pontos Fracos:
• No que você precisa ficar atento?
• O que precisa melhorar?
• Onde deve se blindar?
• Onde possui menos recursos que os demais?
• Quais são suas fraquezas identificadas pelos outros?
Ameaças:
• Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar?
• Qual o ponto forte do seu concorrente que pode ser uma ameaça para você?
• Quais as estratégias e diferenciais dos seus concorrentes?
Oportunidades:
• Quais são as oportunidades externas que você pode identificar?
• O que seu cliente deseja e precisa que pode servir como oportunidade de negócio?
• Como agregar valor ao seu produto e ao seu serviço?
• Que tendências você pode aproveitar ao seu favor?

Após responder essas perguntas, crie planos de ações estratégicos e alcance melhores resultados.
Por Carlos Cruz (coach executivo e de equipes, conferencista em desenvolvimento humano e diretor da UP Treinamentos & Consultoria)
HSM Online - http://br.hsmglobal.com/notas/43805-tenha-uma-estrategia-antes-agir
31/03/2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gestão de Pessoas

Gestão de Pessoas - Robert Wong
Pela ótima empregabilidade
Antes de qualquer coisa, posso afirmar que não existe o "emprego perfeito", mas, sim, o mais adequado ou "ótimo" para você.

Algumas pessoas consideram que ótimo emprego é o que proporciona os maiores ganhos financeiros ou materiais, status, poder, exposição ou crescimento profissional. Nada poderia estar mais distante da verdade.

Um ótimo emprego, na minha definição, inclui os seguintes pontos, ou a maioria deles. Pense nisso quando avaliar o emprego que deseja ou o que já possui:

1. Utiliza suas reais competências, baseadas no auto-conhecimento.

2. Possibilita sua evolução, aprendizado e crescimento como um todo.

3. Faz você se sentir realizado profissionalmente e o aproxima cada vez mais da sua vocação (palavra que vem do latim vocare, que significa "chamado" ou "voz interna") e da sua missão.

4. Eleva sua autoestima, os sentimentos ou sensações positivas de bem-estar e lhe permite executar seu trabalho com equilíbrio.

5. Proporciona um ambiente de trabalho onde reina o coleguismo e teamwork, mas que respeita e admite a expressão das suas características próprias e do seu talento.

6. Oferece compensação, como salários, benefícios, bonus e outras formas de reconhecimento, baseada em meritocracia, senso de justiça e transparência.

7. Tem um job content, ou descrição do trabalho, que potencializa e otimiza suas qualificações, competências, aptidões, dons e talentos.

8. Apresenta dentro da empresa uma cultura adequada e compatível com os seus valores, crenças e identidade social.

9. Possibilita a você ter "química" com o seu chefe, ou pelo menos identificação ou compatibilidade de personalidades, mas, principalmente, respeito mútuo.

10. Acredita que a felicidade ajuda a trazer resultados, em vez de o resultado trazer a felicidade.

11. Permite a você a sensação de "pular da cama toda manhã" e saia de casa para trabalhar integralmente como indivíduo, que significa um ser "não-divisível", com o seu corpo, mente e alma juntos.

12. Confere-lhe condições para você ser uma pessoa mais proativa do que reativa.

Embora muitos de nós estejamos cientes, de um modo ou de outro, desses pontos, posso afirmar que a maioria dos empregos é obtida de uma forma reativa, não necessariamente tendo esses critérios como fatores de escolha.

Ao analisar qualquer currículo, posso facilmente verificar que a maioria dos empregos citados foram obtidos por meio de anúncio de jornal, por indicação de um amigo, convite de um ex-chefe ou via headhunter. Em outras palavras, uma oportunidade foi apresentada, provocando uma reação do candidato. Se reagiu, é reativo.

É muito raro alguém proativamente ir atrás do emprego que melhor condiz com suas habilidades, momento e vocação. Quantas pessoas você conhece que escolheram efetivamente a empresa, a posição, o chefe e a remuneração de forma proativa? Essa é a diferença entre ir atrás do emprego (reativo) e ir atrás da sua empregabilidade (proativo).

Empregabilidade significa você investir nas habilidades, competências e qualidades que você tem, aperfeiçoando-as, a fim de melhorar suas condições de competitividade na hora de procurar um novo emprego ou de crescer no seu atual. É um investimento em você mesmo - técnica, comportamental, visual, intelectual, cultural e pessoalmente - para apresentar-se da melhor forma possível. Em outras palavras, é você proativamente mostrar ao mercado, ou ao seu atual superior, o que você tem de melhor para oferecer.

Foque mais a empregabilidade do que o emprego! Seja proativo, pois isso vai fazer uma imensa diferença!

FONTE: http://br.hsmglobal.com/notas/43610-pela-otima-empregabilidade

Pesquisa aponta carreiras do futuro

Recursos Humanos
Pesquisa aponta carreiras do futuro

Veja quais são as tendências em empreendedorismo para o ano de 2020.

O Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), da FIA (Fundação de Instituto de Administração), anuncia os resultados da pesquisa Delphi “Carreiras do Futuro”, cujo objetivo foi identificar as carreiras mais promissoras e onde estarão as oportunidades de negócios para empreendedores considerando o horizonte até 2020. De acordo com os especialistas consultados, a ênfase crescente na inovação, a busca por qualidade de vida e a preocupação com o meio ambiente estarão entre os fatores mais relevantes no delineamento das carreiras mais promissoras.

Os negócios potenciais estarão no setor de Serviços, em áreas como Saúde e Qualidade de Vida, Turismo e Lazer, Alimentação, Serviços para a Terceira Idade e Consultorias Especializadas – como Sustentabilidade, Desenvolvimento de Carreira, Consultoria Pessoal e Planejamento Financeiro.

Assim, é vislumbrado um futuro no qual ganharão força profissionais como Gerentes de Eco-Relações, Chiefs Innovation Officer e Bioinformationists, de acordo com o Quadro de Carreiras:

As 6 Carreiras emergentes mais promissoras até 2020:
1 - Gerente de Eco-Relações: Profissional que irá se comunicar e trabalhar com consumidores, grupos ambientais e agências governamentais para desenvolver e maximizar programas ecológicos.
2 - Chief Innovation Officer: Interagirá com os funcionários em diferentes áreas da organização para pesquisar, projetar e aplicar inovações.
3 - Gerente de Marketing e-Commerce: Gerencia o desenvolvimento e implementação de estratégias de web sites para vender produtos e serviços.
4 - Conselheiros de Aposentadoria: Profissionais responsáveis por ajudar a planejar a aposentadoria.
5 - Coordenador de Desenvolvimento da Força de Trabalho e Educação Continuada: responsável por gerenciar programas para ajudar funcionários qualificados a atingir níveis avançados em suas áreas de especialização.
6 - Bioinformationists: Cientistas que trabalharão com informação genética, servindo como uma ponte para cientistas que trabalham com o desenvolvimento de medicamentos e técnicas clínicas.

Inovação

Para 38% dos entrevistados, a inovação será um fator cada vez mais crítico para a competitividade das empresas, colocando ênfase no desenvolvimento tecnológico, na educação continuada e na busca por novos conhecimentos. Haverá maior consciência quanto à manutenção da capacidade produtiva e intelectual das pessoas, ampliando a longevidade profissional e, portanto, estendendo o período de formação. Isto promoverá soluções em educação para outras faixas etárias.

As áreas de Biotecnologia, Nanotecnologia, Saúde e Medicina serão especialmente promissoras. A tecnologia exigirá, cada vez mais, profissionais capacitados para transformar novidades em negócios e aplicações rentáveis.

Qualidade de vida

Já para 26% dos respondentes, as pessoas buscarão mais qualidade de vida, demandando serviços que facilitem as suas vidas e tragam comodidade. O crescimento da Internet, com maior acesso e mais pessoas fazendo compras e pesquisas pela rede, deve alavancar os serviços na web. A empresa que deseja permanecer no mercado terá cada vez mais que desenvolver site, SAC e atendimento on-line eficientes.

Sustentabilidade

Para 18% dos participantes, o conceito de sustentabilidade ganhará força, justificando a atuação de profissionais nas áreas ambientais. Haverá pressão pela busca de alternativas de baixo impacto ambiental, seja na fase de desenvolvimento, produção/processo ou mesmo na fase de descarte ou na redução da poluição resultante.

“Essas tendências não atuarão de forma isolada e sim interdependente. Isto significa que a ação de uma pode ter efeito sobre as outras”, destaca o Prof. James Wright.

Empreendedorismo

Há uma expectativa geral de aumento da participação das atividades empreendedoras no mercado profissional, onde há uma projeção de aumento da Taxa de Atividade Empreendedora (TAE) no país, que poderá chegar a 17% da população economicamente ativa – contra uma média de 12,8% observada entre 2001 e 2007. Para 54% dos respondentes, as relações de trabalho sofrerão alterações significativas, justificando o aumento da TAE. Haverá uma diminuição dos postos de trabalho formais, implicando que muitos profissionais terão que criar seu próprio emprego. Novas formas de venda das habilidades individuais surgirão e estarão cada vez mais direcionadas às formas autônomas.

As seguintes tendências também foram apontadas para justificar as projeções:

Melhoria da Educação e Ênfase na Formação de Empreendedores: a melhora da educação e dos índices sociais resultará em uma tendência de aumento da atividade empreendedora no Brasil. Até 2020, haverá um número maior de profissionais com ensino superior no Brasil. Empresas, universidades e cursos de MBA enfatizam a necessidade de empreender, preparando profissionais e aguçando os talentos.

Motivações pessoais: uma série de motivações relacionadas diretamente aos indivíduos foi apontada na pesquisa, dentre elas: busca por satisfação pessoal e independência, aumento da renda familiar e procura por alternativa de trabalho após a aposentadoria.

No entanto, foi identificada relação de dependência entre a Taxa de Atividade Empreendedora que pode se retrair em função da taxa de juros, acesso ao capital de risco e a redução nos entraves legais e tributários.

Fonte: FIA
HSM Online
02/04/2009