sábado, 12 de maio de 2012

As oito capacidades essenciais do líder



Ram Charan, expert em execução, liderança e coach, pôde observar executivos de diversos setores à medida que evoluíam em suas carreiras até se tornarem CEOs. Foi o caso de Jack Welch, da General Electric, e Jim McNerny, da Boeing. Analisando os fatores subjacentes ao sucesso e ao fracasso, Charan percebeu que a liderança não é algo tão misterioso e identificou as capacidades que todo líder precisa ter.
“Ao colocar em prática tais capacidades, seu talento inato para a liderança será desenvolvido”, afirma. Mas também alerta: “Não se esqueça de que certos traços de sua personalidade podem interpor-se em seu caminho”. Esses traços vão desde um otimismo que leve a fixar metas realistas, até uma necessidade de agradar, o que o levará a evitar criticar as pessoas. Se você, porém, tem uma mente aberta, é receptivo aos diversos pontos de vista sobre o ambiente, a empresa e as pessoas, suas capacidades melhorarão. Afinal, o que se busca não é a perfeição, mas a consciência do que o impede de desenvolver completamente sua liderança.
São oito as capacidades essenciais do líder, conforme Charan apresentou em artigo publicado pela revista Gestión:
1. Posicionar a empresa para ganhar dinheiro
Poucos líderes têm capacidade para idealizar uma imagem clara e atraente para os clientes, mas que seja também lucrativa. A ideia central do negócio deve continuar funcionando para os clientes, ao mesmo tempo em que os princípios básicos de dinheiro em caixa, margens brutas, crescimento de receitas, velocidade e retorno do investimento são monitorados. Reposicionar a empresa é também papel do líder, mas ele muitas vezes espera demais para fazer isso.
2. Identificar o padrão de mudança externa
O executivo, mesmo que não seja o CEO, deve estudar o ambiente externo para além dos limites de sua função na empresa, do negócio, do setor, da economia e do país. A ideia é observar as tendências emergentes, ameaças e oportunidades potenciais, capazes de afetar a organização. Talvez algumas delas possam combinar-se e criar novo setor, talvez torne obsoleto o modelo de receitas vigente.
3. Identificar e desenvolver funcionários talentosos
Um líder será considerado bom se a empresa que dirige torna-se mais forte desde o momento em que assume o cargo. Uma maneira de o líder melhorar o que herdou é criar oportunidades para que os funcionários que têm bom potencial se desenvolvam e cresçam. Para isso, é preciso que saiba quais os requisitos essenciais de uma posição e os critérios não negociáveis para ser bem-sucedido nela. Em seguida, o líder tem de dedicar o tempo necessário para pesquisar os talentos naturais das pessoas. Deve observar com atenção o padrão de tomada de decisão, de ações e comportamentos de cada um, e ir além do conhecimento técnico. Somente então poderá ajudar as pessoas a crescerem, tendo em mente que algumas podem conter a semente de grandes líderes. Quanto antes desenvolvê-las, melhor.
4. Criar uma equipe de líderes
Criar uma equipe de líderes é difícil, mas fundamental. Aos selecionar seus subordinados, o líder não pode se fixar somente em talento e habilidades. É preciso verificar se a pessoa está disposta a deixar de lado seus próprios interesses para o bem do grupo, além de assegurar-se de que a equipe tenha uma imagem comum do projeto e do negócio como um todo. Dessa maneira, seus membros entenderão os objetivos, as prioridades e os problemas dos demais integrantes e encontrarão um modo de combinar tudo isso.  
5. Gerir o sistema social
É papel do líder formular mecanismos que aglutinem as pessoas sempre que as circunstâncias demandem decisões, compensações, trocas de informação ou medidas coordenadas. Deve definir onde informações e ideias devem se cruzar e certificar-se de que haja mecanismos que reúnam as pessoas indicadas para colocar em prática essas trocas de maneira regular. Não basta reunir as pessoas em uma sala. O líder deve comunicar claramente quais são as condutas apropriadas, e isso se dá não apenas no discurso oral, mas também em sua linguagem corporal.  
6. Fixar objetivos
Estabelecer metas exige um conhecimento especial. Não se trata de só melhorar um pouco as metas do ano anterior, ignorando o fato de que o mercado diminui de maneira dramática ou que existe uma grande oportunidade. O líder deve determinar um conjunto realista e coerente de objetivos com base nas oportunidades futuras e na capacidade da organização de transformá-las em realidade. São erros grandes e frequentes: olhar pelo espelho retrovisor, focar em apenas um objetivo e fixar metas que se chocam entre si.
 
7. Decidir o que fazer primeiro
As prioridades definem o caminho até os objetivos. Os líderes que se sentem sobrecarregados tendem a ter dificuldade de priorizar. É preciso pensar com clareza para definir prioridades e não recair na ambiguidade. Elas não podem ser muitas, até para não prejudicar a execução. Um dos desafios que decorrem da priorização é a alocação de pessoas e recursos financeiros. Por vezes, as pessoas têm de ser transferidas de um projeto a outro. As tarefas não prioritárias devem ficar para depois.
 
8. Equilibrar interesses conflitantes
À medida que expande suas habilidades de liderança, a capacidade de lidar com stakeholders é cada vez mais importante. Não importa como o líder gere bem sua empresa, pois sempre haverá algum grupo que colocará objeções ao que faz, seja em relação à estratégia, aos produtos ou às práticas de RH. Os interesses especiais podem entrar em conflito com os do líder, mas também entre si. O desafio para o CEO, então, é desenvolver um método de solucionar as preocupações legítimas.
A recomendação de Charan é que os executivos pensem em quais dessas oito capacidades já estão sendo por eles exercidas e quais necessitam de mais atenção. Ele avisa que a melhora não será automaticamente sentida. É preciso praticar, escutar opiniões, refletir sobre os próprios erros e tentar superar bloqueios psicológicos. “Os verdadeiros lideres têm disciplina e compromisso com o aperfeiçoamento constante de si”, observa.
No dia 9 de novembro, Charan ministrará na HSM ExpoManagement 2011, quando abordará a transformação de estratégias em resultados. No dia seguinte, ele estará à frente do Special Management Program da HSM, em São Paulo, quando sua visão sobre liderança será transmitida em profundidade a executivos brasileiros.

Fonte:
CHARAN, Ram. “El líder oculto”. Gestión, v.12, num. 3, mai.-jun. 2007.

Portal HSM
26/09/2011

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Fonte: http://hsm.com.br/artigos/oito-capacidades-essenciais-do-lider

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