sábado, 12 de maio de 2012

Alta performance sustentável



Liderança faz parte do nosso problema atual e não da solução. Com esse conceito, o professor do MIT, Peter Senge, abriu sua palestra no Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance.
Longe de sugerir alguma polêmica, o especialista em gestão explicou seu ponto de vista: “em um momento de crise, todo mundo fica esperando que alguém faça alguma coisa e, em geral, chamamos isso de liderança”.
Em sua explanação, o pesquisador ponderou que a maioria confunde liderança com “chefiança”. “Quando alguém usa a palavra liderança, em geral, está se referindo aos chefes”, ressaltou. Para Senge, a crise representa um momento singular, uma oportunidade para que as empresas e pessoas repensem os conceitos e as premissas que as impedem de ver o quadro real. Ao perguntar à plateia qual a natureza do atual panorama global, ouviu respostas como "crise de responsabilidade", "crise de valores", "crise de confiança" e "ganância". Mas observou: "A raiz é financeira".
Para mostrar como, frequentemente, pontos de vista comumente aceitos estão equivocados, o especialista propôs um exercício simples: desenhou um bolo com quatro camadas e incitou a audiência a definir entre as esferas principais da sociedade – natural, social, econômica e financeira – quais compunham as bases.
O consenso foi de que a natural seria a base. A social comporia a segunda camada, como alicerce para a econômica e a financeira. Na avaliação de Senge, no entanto, a montagem do bolo estava completamente errada. “Não é como o mundo  funciona. A base é o bem-estar econômico. Essa é a realidade observada”, afirmou o pesquisador.
Portanto, a crise é um momento único: “Existe uma abertura e as pessoas estão começando a pensar de um modo que nunca haviam pensado antes”. E o professor complementa: “Quando alguém fala de ganância, fala de ganância do outro, mas e a própria? Raramente dizemos que nós criamos um sistema que estimula a ganância, que fazemos parte dele e que queríamos ter ganhado dinheiro com aqueles investimentos”.
Nessa situação de caos econômico, as empresas vão se diferenciar pela forma como lidarão com o problema. O professor do MIT explicou um ponto fundamental para entender como o pensamento convencional pode ser perigoso em situações de crise: “Em estado de medo, nós concentramos nossa atenção automaticamente e, ao fazê-lo, a nossa consciência periférica, assim como nossa visão periférica, desaparece, e entramos num baixo estado de consciência. É a maneira de nos focarmos na ameaça.”  Na opinião de Senge, muitas empresas estão aterrorizadas e, assim, estão reagindo sem pensa -ou não estão pensando mais perifericamente.
Peter Senge citou as demissões como uma forma de reação típica das empresas aterrorizadas. “No passado, muita gente declarava que as pessoas eram o ativo mais importante e, hoje, o capital humano caiu para terceiro ou quarto lugar nas prioridades dessas mesmas companhias”, exemplificou.
O especialista acredita que os períodos de crise são extremamente úteis, pois trazem à tona os valores mais profundos de uma organização. Desse modo, enquanto a maioria das empresas amarga a retração, muitas, por outro lado, vão melhorar significativamente sua participação de mercado. “A razão é que sabem onde querem chegar e enxergam a necessidade fundamental de equilibrar o curto prazo com o longo prazo.”
HSM Online
02/06/2009
Leia mais:
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Veja a cobertura completa do Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance 2009

Fonte: http://www.hsm.com.br/artigos/alta-performance-sustentavel

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