sábado, 12 de maio de 2012

Debate com Ram Charan aborda temas como retenção de talentos e motivação




O especialista mostra quão importante é a intuição do líder, seu relacionamento com os liderados e clareza nas decisões.
O autor e conferencista indiano Ram Charan, após palestra sobre execução e liderança - evento realizado pela Vivo Empresas, em parceria com a HSM - participou de debate com executivos da Vivo, Telefônica e Itautec e convidados da plateia.
Questionado sobre a importância da avaliação de pessoas, Charan destacou que um CEO deve ter uma disciplina implacável, realizar reuniões semanais e que com tantas horas de prática passará a ser intuitivo. “Mais importante que um sistema de avaliações ou se basear em metas é a visão do todo e a intuição de que se está no caminho certo com aquela equipe”.
Sobre como identificar as prioridades, no caso de uma empresa de telecomunicações, por exemplo, o especialista disse que é necessário pensar globalmente e ter como fonte de inspiração três ações simultâneas: baixar a intensidade de capital, reduzir os custos de estrutura e melhorar a qualidade de atendimento.
Perguntas sobre a rotina de reuniões e como não fazer disso um processo improdutivo foram levantadas tanto pelos executivos quanto pela plateia. Na opinião de Charan, a chave para o sucesso dessa rotina é ter um líder que acredite nisso e siga os três passos fundamentais para a execução explicados durante sua palestra. “Se fizer isso, certamente as reuniões serão sempre produtivas”, afirma.
Outra questão levantada durante o debate foi como lidar com o apagão de talentos e a falta de mão de obra especializada. Para Charan, a solução para esse problema é ter um processo de sucessão bem estruturado dentro das organizações. “A maior vantagem competitiva de uma empresa são os talentos que ela desenvolve internamente. Eles devem ser os novos líderes e essa mão de obra especializada que falta”, ressalta.
Um bom exemplo de busca, desenvolvimento e retenção de talentos, citado por Charan, é o de uma subsidiária americana da Unilever que visita universidades e recruta jovens para formar um pool de líderes. Esse processo seletivo permite verificar o potencial desses estudantes, que podem se tornar grandes talentos no futuro. Outras empresas como GE e P&G também adotam esse formato.
Outro ponto de discussão do debate foi como motivar as pessoas quando não é possível promovê-las. Para o especialista, o principal é dar condições para essa pessoa se desenvolver como profissional. “O sucesso é tão motivador quanto o dinheiro”, disse. O ideal, segundo o especialista, é dividir o trabalho em pequenas etapas para garantir o alcance do sucesso em cada uma delas. “O reconhecimento é importante, mesmo que isso não signifique um aumento salarial”.
Os participantes também questionaram como saber escolher a pessoa certa para o lugar certo. Charan ressaltou que um líder consegue ver isso em três meses. “Ouça a sua intuição, assuma riscos, trabalhe junto nos conflitos comuns e nas decisões críticas. Traga as principais decisões e dialogue. Tudo isso vai ajudá-lo a identificar rapidamente quem serve e quem não serve.”
No entanto, Charan chamou atenção para o fato de que é preciso planejamento e está nas mãos do gestor salvar essa pessoa antes que ela não sirva. “Ser líder é ver antes que os outros. Faça com que a mudança seja uma coisa boa, tenha clareza nas estratégias e seja flexível”, aconselhou.
De acordo com o Charan, as empresas devem buscar talentos brutos porque as escolas de negócios não formam líderes. “O desenvolvimento de líderes é responsabilidade das empresas”, afirma. O palestrante destacou que nas escolas eles aprendem ferramentas, conceitos, mas isso tudo não inclui o comportamento das pessoas na prática. “Poucos são os professores que tocam os sentimentos dos alunos. Esses ensinam de verdade e um professor não necessariamente está na universidade e sim no dia a dia”, concluiu.
Portal HSM
10/11/2011
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Fonte: http://hsm.com.br/artigos/debate-com-ram-charan-aborda-temas-como-retencao-de-talentos-e-motivacao

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