domingo, 21 de novembro de 2010

Treinamento é tudo

ATUALIDADES
Entrevista com Hyrum Smith
Treinamento é tudo
A importância do treinamento no âmbito profissional é objeto de discussão do livro O Gladiador Moderno (Ed. Campus/Elsevier, R$ 32,00, 160 páginas), de autoria de Hyrum Smith. Empresário e consultor norte-americano, Smith
Pergunta. Em seu mais novo livro, O Gladiador Moderno, Hyrum Smith afirma que treinamento e disciplina eram os principais elementos que garantiam a vitória de um gladiador no Império Romano. O autor faz um paralelo com o mundo dos negócios da atualidade. Quais são os pontos em comum?
Hyrum Smith. Escrevi o livro para ajudar pessoas a entenderem quem é esse gladiador moderno. O gladiador moderno é o homem de negócios. A arena em que precisamos entrar todos os dias está lá fora e a mensagem do gladiador moderno é idêntica à do gladiador da arena antiga, em Roma. A mensagem diz que você precisa agir ou os outros irão fazê-lo. Se o gladiador romano não fosse pró-ativo, o que aconteceria? Ele não jantaria naquela noite. O mesmo acontece atualmente. Se o gladiador moderno não for pró-ativo, o que acontece? Ele acaba por perder seu espaço no mercado. Não vai acabar, necessariamente, morto. Mas, algumas vezes, é como se fosse assim.
Os gladiadores romanos que sobreviviam na área tinham treinamento. E hoje o gladiador moderno só consegue sobreviver se estiver continuamente atualizado com as mais modernas técnicas de treinamento.

P. Ainda em seu livro, o senhor afirma que o treinamento realizado pelas empresas pode ser digital. Será que estamos preparados para apostar tudo neste caminho?
H.S. Algumas coisas podem ser bem ensinadas por meio do computador, mas, na maioria dos casos, você não pode substituir a interação entre professor e aluno na sala de aula. O computador não transmite nenhuma emoção. As pessoas só modificam seu comportamento quando se envolvem emocionalmente.
P. As empresas costumam ter um custo altíssimo para promover o treinamento de seus funcionários, mas muita gente deixa o emprego logo depois. Como as empresas devem lidar com essa situação?
H.S. Na verdade, não há nada que se possa fazer a respeito. Quando você decide investir no seu pessoal, espera que o treinamento torne os funcionários tão eficientes na sua empresa que eles não vão querer sair. É isso o que acontece com mais freqüência. Mas, se alguém for embora, paciência. Você terá que treinar outra pessoa.
P. As pequenas empresas também precisam oferecer treinamentos constantemente a seus funcionários? Não é algo caro para quem ainda está num processo de consolidação no mercado?
H.S. Não é algo tão caro quanto as pessoas imaginam. Acredito que as pequenas empresas têm a mesma responsabilidade em relação aos seus empregados que as grandes empresas. E existem muitos tipos de treinamentos que as pequenas empresas podem comprar para os seus funcionários, para ajudá-los a reforçar o que deveriam ter aprendido na escola. Na minha opinião, a maioria das faculdades não prepara os seus alunos tão bem quanto deveria para o mundo dos negócios. Por isso, existem tantas empresas de treinamento em todo o mundo focadas no ensino das habilidades que ajudam os empregados a realizar os seus trabalhos. Eu realmente acredito que os pequenos empresários devem prover ao seu pessoal o máximo de treinamento que eles puderem pagar.
P. O senhor costuma dizer que o treinamento ajuda as pessoas a descobrirem seus potenciais. Mas quais são, efetivamente, os benefícios que uma empresa tem quando oferece treinamento a seus empregados?
H.S. O primeiro benefício é que elas economizam muito dinheiro. Os seus funcionários param de perder tempo, porque se tornam pessoas mais produtivas e, conseqüentemente, a empresa pode reduzir os seus custos, porque passa a precisar de menos gente para fazer a mesma coisa. Quando os funcionários aprendem a ter foco no que for mais importante para a empresa, isso também permite um crescimento mais rápido. Friamente, diria que o maior benefício que a empresa pode ter ao ajudar seus funcionários a descobrir seus potenciais é melhorar os seus resultados.
P. Além do treinamento, o que mais deve ser feito para que as pessoas trabalhem melhor e ajudem as empresas a crescer?
H.S. Resumidamente, as pessoas que levam uma vida pessoal equilibrada são melhores empregados. Existem muitas provas disso, não há dúvida alguma. E as empresas podem ensinar cada pessoa a encontrar a sua própria felicidade. Isso é uma das coisas principais que fazemos na Franklin Covey. Nós ensinamos as pessoas a pararem para pensar e descobrir o que é mais importante para elas. A felicidade pessoal existe quando sei o que é mais importante para mim e os acontecimentos da minha vida se alinham com o que é mais importante para mim. Sou infeliz quando o que é mais importante para a mim e os acontecimentos em minha vida não estão alinhados.

Em outras palavras, se um funcionário valorizar a estabilidade financeira e tiver uma dívida de US$ 30 mil, ficará infeliz. A sua empresa não poderá fazer nada por ele. Poderia dar um aumento, talvez. Mas, para alcançar a felicidade, é preciso disciplinar a própria vida. As empresas podem ensinar as pessoas a terem disciplina em suas vidas, é isso que traz felicidade. A empresa que não acreditar na importância da felicidade pessoal de seus empregados está fadada ao insucesso. Acredito que, no minuto em que você esquece do seu pessoal e das suas necessidades, você tem um problema sério. Essa idéia antiquada de não se importar com a motivação dos funcionários, de que basta receber o pagamento no fim do mês, é um conceito ultrapassado. No mundo atual, você quer pessoas motivadas, que se importem, que façam as coisas pela razão certa.

P. E como chegar lá?
H.S. Como já disse, a equipe só estará motivada se os indivíduos que a compuserem também estiverem motivados. Há três emoções diferentes que motivam a atividade: medo, dever e amor. Com o medo, as pessoas fazem as suas atividades porque precisam e não porque querem. A segunda é o dever: faço isso porque devo fazer. O trabalho é realizado sob a influência de duas emoções, o tenho que fazer e o devo fazer. O trabalho é feito um pouco melhor se faço porque devo, em vez de porque eu tenho que fazer. A terceira emoção que motiva a atividade é o amor. E o sentimento aqui é: eu quero fazer isso. Novamente, o trabalho será feito porque deve ser feito, mas será melhor realizado se for feito porque a pessoa quer realmente fazê-lo. Se eu, como administrador, sou capaz de criar uma atmosfera em que meu pessoal trabalha porque quer, não porque precisa, terei uma empresa muito melhor. Se eu tiver uma equipe que funciona por quer,não preciso gerenciar as coisas. Se as pessoas e equipes fazem as coisas porque têm que fazê-lo, você precisa gerenciá-las. Você não quer gerenciar uma equipe, você quer deixá-los livres, deixá-los trabalhar.
P. Algumas empresas tentam motivar e treinar seus funcionários de diversas formas. Chegam a usar, inclusive, os chamados treinamentos experienciais, que têm atividades como subir em árvores e acampar. O senhor acredita na eficácia desse tipo de treinamento?
H.S. Até onde sei, o treinamento com base na experiência tende a desenvolver um entrosamento melhor, a promover um melhor relacionamento entre a equipe. Mas não acredito que possamos substituir o treinamento na sala de aula por esse tipo de atividade. Existem coisas que é preciso aprender e dominar que só podem ser ensinadas numa sala de aula. Acredito que os dois tipos de treinamento são válidos, mas minha experiência pessoal é na sala de aula e hoje sabemos que somos capazes de medir o impacto do treinamento tradicional. As corporações, atualmente, estão muito interessadas em medir a eficácia do treinamento e acho que é um pouco mais difícil avaliar o resultado dos treinamentos experienciais




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