segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Competências Comportamentais


Competências Comportamentais

Competência comportamental é a capacidade de contatar, integrar e identificar as próprias emoções, motivações e pensamentos, vivenciando e gerenciando-os conscientemente, para expressá-los eficazmente na forma de comportamentos e atitudes que garantam mais satisfação e realizações em sua vida profissional e pessoal.
Não há como tomar uma boa decisão se não levarmos em conta as emoções que sempre estão presentes em nossas vidas. Uma boa decisão é sempre o resultado da combinação das competências racionais (técnicas) e emocionais ou, ainda, da integração das funções que estão presentes no hemisfério esquerdo (razão) e direito (emoção) do nosso cérebro. É um engano pensar que não há sentimentos e emoções em qualquer decisão que tomamos, por mais racional que pareça ser ou queremos que ela seja.

Em outras palavras, temos que estar presentes integral e conscientemente em tudo que fazemos, com a razão e emoção atuando em parceria. Acontece que, ao contrário do que ocorre com o lado racional da vida, é da natureza do lado emocional viver meio que escondido e inacessível à nossa consciência. Por isso que, às vezes, como que analfabetos emocionais, tomamos decisões que não parecem ser nossas e nem contemplam nossas reais necessidades.

Simplesmente desconhecemos quais emoções participaram, como participaram e com que intensidade participaram da decisão. É uma espécie de analfabetismo emocional que age e determina, à revelia de nossa consciência, a qualidade de nossas decisões. Pagamos, quase sempre, um alto preço ao ignorarmos e não integrarmos, de forma consciente, as emoções que estão envolvidas nas decisões que precisamos tomar.
A competência emocional, neste momento do mundo corporativo, é de fundamental importância. Hoje já se sabe, através de vários estudos, que o diferencial de sucesso de muitos empreendedores, líderes mundiais e benfeitores da humanidade está mais na sua personalidade do que num pressuposto saber acadêmico.
A formação acadêmica e outras competências técnicas sempre foram consideradas importantes numa trajetória de sucesso. Porém, atualmente, ninguém nega que a personalidade também é determinante ou até mais determinante para o sucesso. Apenas não se falava muito disso, ou não se tinha consciência do tamanho de sua importância num bom desempenho profissional. Hoje é indiscutível que cuidar da própria empregabilidade vai muito além dos títulos acadêmicos e experiência profissional. A empregabilidade passa, principalmente, pelas competências comportamentais e pelo aprimoramento da própria personalidade.
Philip Slater, em seu artigo no capítulo 9, p.119, no livro “O Futuro da Liderança”, 2001, Futura, organizado por Warren Bennis, autoridade mundial em assuntos de liderança, afirmou:
“Liderança é tanto arte, quanto ciência. Métodos analíticos bastam para esta última, mas o principal instrumento ou ferramenta, para o líder no papel de artesão, é ele mesmo e a capacidade que tem de usar criativamente sua própria personalidade. (grifo nosso). Assim como para o médico, é importante para o líder seguir a máxima “conhece-te a ti mesmo”, de forma que ele possa controlar alguns efeitos prejudiciais que venha a criar inadvertidamente”.
O INDEPE oferece um programa de T&D que tem como objetivo o DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS. (Vide nossos produtos).

A ORIGEM, ADVENTO E RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA
DAS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NO MUNDO CORPORATIVO.
O mundo corporativo foi invadido pela nova referência e tendência em gestão empresarial, que é a gestão por competência. A gestão por competência teve sua origem na necessidade de dar respostas aos desafios que a nova ordem econômica mundial trouxe para as empresas no mundo todo. Segundo Fleury (1999, pg. 36), três foram os fatores principais que forçaram esta mudança: a passagem de um mercado regido pelo vendedor para um regido pelo comprador, a globalização dos mercados e da produção e o advento da economia baseada no conhecimento.
Isto forçou a criação de novas formas de gerir as organizações, de um modo em geral, e em particular, uma nova forma de gerir as pessoas. O RH adquiriu um papel estratégico que antes não lhe era solicitado, passando a ser parceiro importante da empresa no incremento dos seus negócios. O RH foi repaginado e, conforme Dave Ulrich (1997), maior referência mundial em assuntos de RH, ele deve estar bem atento aos seus quatro novos e principais papeis para sobreviver dentro das organizações: o papel de parceiro estratégico, o de especialista administrativo, o de parceiro do funcionário e o de agente de mudança.
Portanto, o RH teve que se recriar e renovar para acompanhar as mudanças, reciclando profundamente seus vários papéis dentro das organizações. Muita coisa nova chegou. Novos paradigmas bateram à porta e sorrateiramente foram ocupando espaços, vindo para ficar, parece por um bom tempo. O conceito de competência, e todo o instrumental gerado a partir dele, foi um destes novos paradigmas.
Atualmente, o jargão e a prática corrente que permeia o dia a dia dos RHs, está recheado com o termo e o conceito de competência. Hoje é comum ouvir que a seleção é por competência, a avaliação é por competência, a remuneração é por competência, o desenvolvimento é por competência, enfim, gestão organizacional é por competência e assim por diante.
O conceito de competência gerou uma gama de instrumentos e referências teóricas que são utilizadas em várias áreas das empresas, na tentativa de se modernizar e responder aos desafios e competitividade mais acirrada destes novos tempos. Uma das características destas empresas modernas é considerar as pessoas seu principal ativo, na medida em que reconhecem que quem detém o capital intelectual e o conhecimento são as pessoas. Investir nas pessoas, isto é, em sua totalidade biopsicossocial passou a ser uma estratégia de sobrevivência empresarial. E um dos eixos deste investimento é o desenvolvimento de competências.
As competências de uma empresa são compostas de competências organizacionais e humanas. Nas competências organizacionais, temos as competências essenciais e outras competências específicas para garantir o bom desempenho do negócio da empresa. As competências humanas são compostas pelas competências técnicas e comportamentais. As competências técnicas são a formação acadêmica, os conhecimentos e habilidades específicas para o bom desempenho de uma tarefa ou função.
Hoje o mercado exige que além destas competências, o profissional desenvolva competências comportamentais. Competências comportamentais são, basicamente, atitudes e comportamentos compatíveis, necessários e exigidos para o alcance de um objetivo e que só se transformam em competências se conscientemente construídos, incorporados e reproduzidos quando necessários. No mercado de trabalho atual, o que torna um profissional diferenciado são as competências comportamentais e emocionais.
É o conhecimento que se tem de si mesmo e do outro, sua flexibilidade diante do diferente, sua adaptabilidade diante das mudanças e do novo que se renova a cada instante, sua proatividade, sua capacidade de se comunicar assertivamente e sua conduta ética e ecológica que o torna mais competitivamente diferenciado. Conhecer nossas emoções, dimensioná-las, saber expressá-las, torná-las aliadas e parceiras da nossa racionalidade, na busca de nossos objetivos, têm se constituído na grande novidade em termos de capacitação para o mercado de trabalho e determinante para o aumento da empregabilidade de qualquer profissional.

LUÍS CLÁUDIO PAIVA DE SOUZA
Psicólogo e Consultor Organizacional


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