domingo, 7 de novembro de 2010

Teatro, emoções e empresas

Abrem-se as cortinas e, no palco, atores retratam um fato ou um conto. Na platéia, olhos atentos e pessoas que se identificam com aquele momento. Cenas como esta não acontecem apenas em grandes teatros. Há algum tempo, a arte da interpretação vem conquistando abertura nas empresas brasileiras, inclusive, passando a ser vista como uma ferramenta de treinamentos. A vantagem é que tanto o teatro como a dramaturgia conseguem trabalhar de maneira descontraída, temas que podem ser considerados verdadeiros tabus organizacionais.
E através de personagens vivos, que atores buscam conscientizar colaboradores sobre os mais diversos temas, valendo-se ainda da leveza e do bom humor para abordar problemas vividos dentro das organizações.
"Os shows e as peças buscam a sensibilização através do envolvimento emocional dos participantes, seja através do humor ou do drama", afirma o ator e dramaturgo André Tadeu que desenvolve treinamentos organizacionais. Segundo ele, a objetividade do teatro poderia ser apontada como uma das vantagens para a sua utilização em treinamentos, pois em pouco mais de uma hora de apresentação é possível abordar assuntos com um certo nível de aprofundamento. E quando bem utilizado, complementa, o teatro vence resistências, especialmente em situações que apresentem um ambiente de trabalho negativo ou pouco propício para o diálogo.
"A capacidade de fixação de uma peça, especialmente as que convidam a participação das platéias, é maior, porque as pessoas estão ouvindo, vendo e participando. Temos também a música como um instrumento forte de identificação e reforço de conceitos. Enfim, o teatro pode sensibilizar através de vários canais", destaca o dramaturgo.
Por ser um canal de comunicação aberto e dinâmico, o teatro também pode ser usado como um veículo de aprendizado ou mesmo de mudança comportamental, uma vez que estimula a reflexão de conceitos já existentes. Através de uma encenação teatral e possível fazer críticas construtivas sobre atitudes e hábitos evidenciados no dia-a-dia de uma equipe, por exemplo. Toda uma gama de problemas pessoais e intrapessoais que ocorrem dentro da organização, podem ser perfeitamente adaptados a uma peça ou "training show". Quanto mais próxima da realidade do público, maior será o efeito.
Atualmente, André Tadeu trabalha com dois "training shows": o "Você é a sua Marca" - que desenvolve o perfil profissional e destaca os desafios da era do conhecimento, e como a "Jornada de um Vencedor", que desenvolve as competências profissionais e comportamentais mais procuradas. "Sempre adapto cada um destes shows às necessidades dos clientes. Já realizamos estes trabalhos para os mais diferentes eventos", salienta, ao destacar que ainda possui duas peças-treinamento, uma sobre inteligência emocional e outra comunicação e liderança.
O Drama da Liderança - Recentemente, André Tadeu resolveu expandir sua experiência em teatro e dramaturgia para além dos palcos. Foi assim que surgiu a idéia de lançar um livro que envolve um pouco de drama com uma ótima pitada de bom humor. Em 198 páginas, o dramaturgo conta a vida de um executivo de sucesso - Reginaldo Passos, que possui maturidade técnica, mas que quando tenta conviver com os problemas e se relacionar com as pessoas, inclusive, os colegas de escritório, transforma-se num tirano.
Tentando abraçar o mundo com as mãos, o Dr. Passos tenta atingir as metas durante um grande momento de crise. E o resultado dessa experiência? Uma grande surpresa! Essa foi a forma que André Tadeu encontrou para abordar temas como o papel do líder; as conseqüências que o comportamento da liderança pode provocar nos subordinados; fatores geradores de estresse, empatia, feedback, formação de equipes, estilos de lideranças, motivação e outros fatores que se manifestam no dia-a-dia organizacional.

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