quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

As piores mancadas da entrevista

As piores mancadas da entrevista
Jovens em geral são elétricos, riem e falam alto, gesticulam bastante e às vezes são sinceros até demais. Ou, ao contrário, mostram-se introspectivos e acanhados a ponto de perder a voz. Seja como for, tais características acabam se tornando grandes empecilhos quando, na busca por uma vaga no mercado de trabalho, o candidato se vê frente a frente com o recrutador.
De uma forma ou de outra, todo o jovem pertence a uma “tribo”, um grupo com o qual se identifica musical, cultural ou socialmente - e faz questão de deixar isso bem claro. Mas, atenção: tatuagens, piercings e cabelos multicoloridos podem pegar bem em agências de publicidade ou empresas de internet, cujos funcionários cultivam um estilo mais livre e despojado de se vestir e agir. Mas segundo os especialistas, não é bom arriscar. Afinal, a grande maioria das organizações não é tão flexível assim.
Aprender o modo certo de se vestir e de se comportar numa entrevista de trabalho sem dúvida aumenta as chances de conseguir o emprego de seus sonhos. Na avaliação de Érica Pessetti, gerente de seleção da consultoria Adecco, porém, os erros dos jovens nas entrevistas estão relacionados sobretudo à imaturidade natural e à falta de experiência. Isso, somado ao nervosismo e à ansiedade, só faz aumentar a probabilidade de soltar alguma bobagem. “Noto que há muita angústia, o que leva o candidato a dizer coisas desnecessárias e fúteis, ou tratar o entrevistador como um colega”, diz Érica.
De acordo com a consultora, os recrutadores costumam pedir aos candidatos que destaquem seus pontos fortes e fracos, seus gostos e suas aversões. Ao invés de responder de forma clara, objetiva e adequada à situação, os jovens geralmente partem para explicações e exemplos fora de contexto. “Já ouvi muito candidato responder coisas do tipo ‘gosto de chocolate’ ou ‘meu irmão sempre compra briga comigo por causa disso ou daquilo', conta Érica. "Isso demonstra absoluta falta de preparo e discernimento do candidato. "Na dúvida sobre como se portar, lembre-se do que sua mãe lhe recomendava na fase do vestibular. Ou seja, cercar-se do máximo de informações possível, apresentar idéias organizadas, chegar com antecedência para relaxar um pouco, não ir de estômago vazio ao teste, e por aí afora”.
Drauz Leite, de 26 anos, hoje é estagiário de marketing numa empresa distribuidora de autopeças, conta que nas suas primeiras entrevistas de emprego era sempre vencido pelo nervosismo. Isso por falta de informações e capacidade de argumentação. Ele percebeu como estava despreparado para enfrentar o mercado ao deixar um emprego de auxiliar de expedição no ano passado. “Era um cargo sem futuro, em que fiquei muito tempo estacionado”, diz.
Decidido a se atualizar, ele recorreu às palestras e workshops do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Junto com o currículo, também começou a enviar às empresas um texto narrando suas experiências de vida e os motivos que interessavam naquela vaga de trabalho. Deu certo. Depois de algumas entrevistas, Drauz passou a ser mais observador e, segundo ele, ficou mais “calejado”.
Imaturidade à parte, o candidato deve prestar atenção em aspectos como aparência, vocabulário e nível de conhecimento. E, ainda, certificar-se de que suas habilidades e personalidade estão realmente de acordo com a vaga pretendida. Luiza Ghisi, consultora de carreira e diretora da Tristan & Ghisi conta a história de uma candidata a estágio que levou a mãe à entrevista.
“A mãe entrou junto na sala, alegando que queria saber o que pretendíamos fazer com a sua menina”, recorda. Ela cita mais um exemplo, que demonstra outro erro comum dos jovens durante um processo de seleção: deixar que a insegurança se transforme em timidez. "Lembro de um candidato que ficou o tempo todo com as mãos no bolso de durante uma dinâmica de grupo", diz a consultora.
Abusar da eloqüência tampouco é uma boa tática, como demonstrou um casal recém-separado, também no decorrer de uma dinâmica de grupo com trainees. Sem que ninguém soubesse do relacionamento, os dois deram início a uma discussão sem fim sobre os bens do casal disputados na Justiça. Sem entender direito, os participantes ficaram surpresos. “Só mais tarde, depois de conversar com cada um separadamente, eles me contaram a verdade”, relembra Luiza.

Veja algumas histórias curiosas (e reais!) contadas pelos recrutadores - e aprenda o que não fazer.

- Durante a entrevista, um garoto carregou na dramaticidade na tentativa de ganhar o entrevistador pelo lado emocional. Apontou vários motivos para conseguir a posição. Um deles era que o pai estava muito doente e, portanto, precisava do salário para ajudá-lo.
- Antes mesmo da primeira palavra do entrevistador, a candidata afirmou que de modo algum faria tarefas operacionais e “subalternas”, tais como digitar, passar fax ou arrumar arquivos, pois "isto era serviço para secretárias". Mais: fez questão de deixar claro que tinha nascido para brilhar, ser uma estrela. O entrevistador não agüentou, e caiu na risada.
- O candidato a estagiário marcou entrevista para o meio-dia. Como ele não compareceu no horário previsto, o recrutador telefonou perguntando sobre seu paradeiro. Ao atender o telefone, o jovem pediu para não ser incomodado, pois "estava muito cansado da festa da noite anterior".
- Nervoso, o candidato teve uma crise de choro diante do entrevistador. Revelou seus problemas pessoais e as angústias de não conseguir emprego por ser over qualified – ou superqualificado. Ah, fez isso em cima da cadeira, discursando.
- Um candidato discordou do colega em meio a uma dinâmica de grupo e partiu para a agressão física. Ao ser questionado, ele afirmou ter considerado a discordância uma provocação.
- Um candidato pediu para ir ao banheiro. Não voltou mais.
(Canal RH – 16/02/07)

Fonte: http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/primeiro/info/artigos_160207.htm

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