domingo, 15 de abril de 2012

Geração Y forma os descamisados profissionais

19/03/2012


Especialista fala sobre as vantagens e desvantagens da dedicação integral à empresa

Com o advento dos avanços tecnológicos, científicos, e até intelectuais, os executivos do século XXI sentem-se cada vez mais a necessidade de se atualizarem. Neste cenário, as informações são processadas rapidamente, obrigando o profissional desta década a permanecer em constante processo de aprendizagem, buscando sempre o aprimoramento e crescimento na sua carreira. E, na contramão deste caminho surgem dois vilões do mercado de trabalho: a rotatividade e a competitividade que, juntos, despertam em algumas pessoas a necessidade de se sentirem mais compromissadas com a organização em que atuam. Diante desta realidade, um questionamento fica no ar: “Vestir a camisa” da empresa ainda é um grande diferencial ou é algo do passado?

Para o Chief Operations Officer da DBM na América Latina e presidente do International Coaching Federation - ICF Brasil, José Augusto Figueiredo, “Vestir a camisa” de uma empresa pode ser uma grande armadilha, já que comprova que o indivíduo passou boa parte de sua vida em uma instituição, investindo em seu trabalho, e esperando uma valorização em troca. “Esse tipo de situação é comum entre os profissionais da geração X, que colocaram em suas carreiras altas doses de vínculo “aspiracional”, pois se tornaram dependentes do laço afetivo que criaram com o trabalho”, explica José.

Envoltos neste novo perfil do mundo corporativo existe também a geração Y que passa pelo movimento contrário. Segundo José Augusto, são os descamisados profissionais. “Eles quando entram em uma instituição têm como prioridade seus próprios sonhos e suas metas, embora muitas vezes sejam fantasiosos e queiram chegar rapidamente ao topo da empresa onde atuam com o intuito de mudar o mundo”, diz.

Comparando as duas gerações, é possível perceber que a situação atual do mercado de trabalho é consequência das mudanças ocorridas na economia, na política e na sociedade de uma maneira geral que influenciaram o comportamento dos indivíduos. “Esses jovens colaboradores são desapegados e possuem uma identidade independente da organização em que trabalham. Já as gerações anteriores adotaram para si as características de suas organizações”, explica Figueiredo.

Segundo o especialista, a reestruturação pós-crise alterou as relações da pessoa com a empresa. “O profissional contemporâneo diante de qualquer oportunidade de troca não hesitará em migrar de companhia. Isso porque muitos têm uma relação meramente profissional com o trabalho, o que é saudável. Afinal, o vínculo emocional não é mais estável, já que muda de acordo com as diferentes situações vividas dentro da organização”, enfatiza.

Nesse contexto, o que outrora era considerado como mérito e honra, hoje soa como obsoleto e até repulsivo. “Por outro lado, a geração Y cresceu dentro de um modelo educacional que privilegia o individualismo e a competição, o que é um grave problema em vários lugares no mundo. Diante desta realidade, quando esses profissionais vão para o mercado de trabalho não sabem trabalhar em equipe e, consequentemente, têm dificuldade de compartilhar conhecimento”, ressalta Figueiredo.

Considerando as duas gerações, é sábio destacar que todo o extremo é tendencioso e gera desequilíbrio. “Sendo assim, se por um lado “vestir a camisa” pode ser algo negativo, dependendo do grau de comprometimento, ser um profissional sem amarras nem consonância com os ideais da corporação também podem contribuir para relações efêmeras e superficiais, que em nada viabilizam o crescimento profissional”, finaliza o executivo.

Com informações de: Contextual Comunicação Integrada

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