domingo, 15 de abril de 2012

Competência emocional


Domingo, 11 de Março de 2012, 03h14
RUTH DUARTE - GERENTE DE CARREIRA DO IBMEC-RJ - ruth@ibmecrj.br

No nosso cotidiano, quando qualificamos alguém em particular como competente, estamos na verdade nos referindo a uma pessoa com capacidade realizadora.

No ambiente corporativo, atribuímos a qualidade de competente ao profissional que possui habilidades, conhecimentos e atitudes que o levam a realizar uma atividade com alto desempenho. Conceituamos habilidades em relação a sua capacidade de fazer algo acontecer; conhecimentos no sentido de sua qualificação e atitudes designando a forma adequada para a realização de um trabalho. A integração destes três elementos define o conceito de competência, palavra que se tornou imperativa no ambiente organizacional.

O termo competência já está incorporado ao vocabulário corporativo das empresas que buscam excelência no mercado. E, assim, podemos destacar as competências organizacionais - aquelas que creditam vantagem competitiva para seu negócio - e as competências individuais de seus colaboradores, que devem estar alinhadas a sua estratégia organizacional.

Jack Welch, ex-CEO da General Eletric, e considerado um ícone no mundo dos negócios, afirma que para uma organização ter sucesso, ela deve definir sua missão, seus valores e determinar quais habilidades, conhecimentos e atitudes são essenciais para seu capital humano. O que fica evidente é que o atributo competência não confere valor apenas às diretrizes organizacionais, mas também potencializa a autoestima pessoal e profissional dos indivíduos.

Desta forma, podemos entender que a estratégia competitiva de uma organização e as competências de seus profissionais são uma via de mão dupla: um realimenta o outro na busca de suas sobrevivências.

As empresas - atuando em um mercado cada vez mais competitivo, passível de mudanças constantes, e na busca por resultados cada vez mais desafiantes -, têm valorizado profissionais com um elenco de competências não só técnicas, mas, sobretudo, comportamentais. E é aí que entra o fator emocional exercendo uma influência fundamental nas atitudes dos profissionais. É ele que determina e estimula a proatividade, o comprometimento, a criatividade e outras tantas competências altamente requisitadas pelo ambiente corporativo.

Na década de 1990, o termo inteligência emocional, abordado por Daniel Goleman, plantou sementes novas nos modelos de gerenciamento das empresas ao considerar a aptidão em lidar com as emoções como um quesito altamente significativo nas relações de trabalho. Convivemos frequentemente com um arsenal de emoções (raiva, ansiedade, entusiasmo...), mas quando conseguimos nos conscientizar do nosso estado emocional, e aprendemos a lidar com ele, adquirimos uma condição mais favorável para ações bem direcionadas.

Na análise de Daniel Goleman, ser inteligente emocionalmente pressupõe a aquisição de algumas competências:

Autoconhecimento emocional: identificar suas emoções e suas influências em seu comportamento.

Autoconfiança: estar certo de que tem plenas condições para alcançar os resultados.

Empatia: perceber como o outro está entendendo uma situação, pela perspectiva dele, com suas crenças e valores.

Autocontrole emocional: saber esperar para agir.

Automotivação: capacidade para se motivar na realização do trabalho.

O equilíbrio emocional promove no indivíduo a adoção de atitudes vencedoras, melhor adaptação frente às mudanças e às dificuldades do mundo do trabalho.

Conseguir canalizar as emoções, possuir habilidade nas práticas sociais, controlar os impulsos, não se deixar pressionar pelo estresse, ter capacidade de resiliência são algumas das competências que têm como pilar de sustentação um bom ajuste emocional. Tratam-se de comportamentos que seguem um alinhamento equilibrado, as chamadas competências emocionais.

Os profissionais que adotam atitudes que contrariam esta linha emocional, utilizando pouco autocontrole, comprometem o desenvolvimento de sua carreira e não propiciam um ambiente favorável de trabalho.

Em outras palavras, o indivíduo que possui competências emocionais eleva o padrão de sua performance, torna-se um capital humano indispensável para as diretrizes estratégicas das empresas, e promove indubitavelmente seu crescimento emocional, intelectual e profissional.


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