domingo, 17 de outubro de 2010

PSICODRAMA NAS ORGANIZAÇÕES

PSICODRAMA NAS ORGANIZAÇÕES





Atualmente, termos como a globalização, inovação tecnológica e processos de mudança têm sido constantes nas organizações. Entretanto, Programas de Qualidade Total, tecnologia de ponta, recursos financeiros e qualificação da mão-de-obra não são suficientes para garantir o máximo de eficiência de uma empresa.

Nesta busca incessante de desenvolvimento, muitas vezes os processos humanos não são acompanhados como deveriam. Conflitos, falhas na comunicação e percepção, competição improdutiva, falta de liderança, dificuldade de trabalhar em equipe são alguns dos problemas que surgem no decorrer desta evolução.

A visão comum, as metas e objetivos ditados pelas organizações em busca de resultados eficazes devem estar alinhados com o auto desenvolvimento dos indivíduos que nela estão inseridos, através de uma comunicação eficiente, que gera confiança e segurança para lidar com os conflitos que surgem, juntamente com o desenvolvimento e aperfeiçoamento do trabalho em equipe.

O grande diferencial de competitividade dos novos tempos está na busca de se obter uma equipe coesa, motivada, participativa, sintonizada com os valores da organização e comprometida com as metas e resultados esperados. A qualidade nas relações de trabalho é fundamental para o sucesso da empresa. 

Na busca dessa excelência nas relações de trabalho, o Psicodrama nos fornece ferramentas importantes que propiciam a liberação da espontaneidade e criatividade dos indivíduos, essenciais nestes momentos de transformação.


Espontaneidade significa dar respostas adequadas a situações novas e novas respostas a situações já conhecidas. 

Psicodrama possibilita trabalhar conjuntamente, o falar e o agir dos indivíduos, em busca de respostas adequadas, identificando e solucionando conflitos.

Desenvolve os processos de percepção e comunicação nas relações interpessoais, propiciando aos participantes descobrir novas formas de atuação. O diferencial reside na valorização das relações, nas relações horizontalizadas e no compartilhar das experiências vivenciadas.


PSICODRAMA NAS ESCOLAS

O Psicodrama tem sido utilizado na educação como um recurso didático importante, que tanto favorece o aprendizado como instrumentaliza o trabalho dos conflitos existentes, no desenvolvimento do papel de professor, facilitador das relações do corpo docente, no relacionamento com os pais e entre os próprios alunos.

Transformar a sala de aula num espaço de relação afetiva entre alunos e professores e facilitar uma nova visão no desempenho desses papéis, têm sido metas de um trabalho efetivo. 

Sob a coordenação de um Psicodramatista, os encontros grupais começam pelo envolvimento das pessoas com o tema ou com a experiência a ser vivenciada.

Durante o processo psicodramático buscam-se soluções práticas e reais para as questões abordadas onde as técnicas psicodramáticas utilizadas facilitam o exercício da espontaneidade e criatividade e a descoberta do potencial grupal. A criação de novas alternativas é resultado da busca ativa dos participantes. 



O PSICODRAMA SÓCIO EDUCACIONAL E ORGANIZACIONAL

O Psicodrama Sócio Educacional e Organizacional possui vasta aplicabilidade no campo pedagógico e empresarial, lugares onde o privado dá lugar ao coletivo e fazem necessárias intervenções psicossociais. O foco da sua instrumentalização encontra-se no Jogo Dramático, Treinamento de Papéis (Role-Playing), Sociometria e Sociodrama, otimizando a aprendizagem e a estrutura criativa dos grupos, abrangendo toda organização empresarial ou escolar.





 JOGO DRAMÁTICO

O Jogo Dramático é uma técnica psicodramática que propicia ao indivíduo expressar livremente as criações do seu mundo interno, realizando-as na forma de representação de um papel, pela produção mental de uma fantasia ou por uma determinada atividade corporal.

Tem por finalidade propiciar um relaxamento das tensões, para que seja possível uma aproximação sutil do material conflitivo.

Pelo fato do indivíduo estar simplesmente jogando, já se elimina a possibilidade de ser para ele uma situação angustiante, pois o jogo cria uma atmosfera permissiva que dá condições ao aparecimento de uma situação espontânea e criativa no indivíduo, proporcionando-lhe a possibilidade de substituir respostas prontas, estereotipadas, por respostas novas, diferentes e livres de uma conserva cultural trazida no decorrer do tempo pelas mais diversas situações em que é restringida a sua capacidade criativa. 

O Jogo Dramático se dispõe a trabalhar em campo relaxado de conduta com a finalidade de que o indivíduo descubra formas alternativas de conduta, e não uma única resposta para dada situação.

Entende-se por conduta em campo relaxado aquela que surge no indivíduo, norteando-se em primeiro lugar por uma tomada de distância do objetivo a ser atingido e seguindo-se uma cuidadosa análise das possíveis respostas alternativas àquela situação. 

No campo relaxado, crescem as possibilidades de relações que permitem ao indivíduo alcançar uma meta. Já no campo tenso, toda a conduta do indivíduo se encontra fortemente marcada por uma concentração unicamente dirigida à meta, o que impossibilita as ampliações de relações para a sua adaptação.


TREINAMENTO DE PAPÉIS (Role-Playing)

Na teoria proposta por Moreno, o ser humano é um intérprete de papéis, e todo e qualquer indivíduo se caracteriza por um certo repertório de papéis que dominam o seu comportamento e toda e qualquer cultura é caracterizada por um certo conjunto de papéis que ela impõe aos seus membros. E quanto mais papéis um indivíduo desempenha, melhor será sua capacidade de interação social e, em decorrência, maior sua saúde mental.

O Treinamento de Papéis é o procedimento psicodramático que tem por objetivo a aprendizagem e estruturação de papéis. Pode ser usado para o treinamento de um papel profissional ou de qualquer papel social que se queira otimizar. Busca solucionar as dificuldades normalmente suscitadas por qualquer papel desconhecido ou temido.

Trabalha-se com liberdade, espontaneidade, criatividade, responsabilidade, fazendo o sujeito assumir, em primeiro lugar, o papel complementar que já conhece. Depois, pouco a pouco, mediante a inversão de papéis, coloca-se o sujeito no papel que deverá estruturar.


SOCIOMETRIA

É o conjunto de técnicas utilizadas para investigar, medir e estudar os vínculos que se manifestam nos grupos. 

Sua principal técnica é o Teste Sociométrico. Baseado nos conceitos de atração, rejeição e indiferença, o Teste Sociométrico é o método de investigação que observa as redes vinculares de um determinado grupo e indica a forma e a intensidade com que se produzem. 
O teste revela uma estrutura psicológica das relações interpessoais que, com freqüência, difere consideravelmente das relações que os indivíduos têm oficialmente nos grupos. Desta forma, o Teste Sociométrico de um grupo mede o conflito entre a verdadeira estrutura de um grupo, mantida por seus membros à época, e a estrutura revelada por suas escolhas. E o Teste Sociométrico de uma pessoa mede o conflito entre a posição real que esta pessoa mantém no grupo e a posição revelada por suas escolhas.

Para que uma investigação sociométrica seja válida, deve-se estabelecer um critério às perguntas do Teste Sociométrico. A pergunta “Quem você escolhe neste grupo?” não tem qualquer validade sociométrica se não houver um critério. Para trabalhar, para estudar, para passear, etc. são critérios distintos que vão configurar estruturar sociométricas distintas.


SOCIODRAMA

O Sociodrama é definido como método profundo de ação que trata de relações intergrupais e de ideologias coletivas. O sujeito de um Sociodrama é o grupo.

Por meio do Sociodrama é possível intervir nos vínculos dos grupos naturais (casais, famílias, comunidades) e/ou nos vínculos de grupos instrumentais (grupos de trabalho, grupos de aprendizagem, grupos de produção, equipes institucionais).

Atua especificamente nos papéis sociais que interagem no desenvolvimento das atividades comuns do grupo trabalhado.

O procedimento do Sociodrama permite visualizar os conflitos e fazê-los emergir a compreensão para serem resolvidos. Esclarece as relações intergrupais, os valores que funcionam como critérios coletivos, e também as ideologias compartilhadas. Por tudo isso, é um procedimento muito útil, porque permite a investigação psicológica dos papéis sociais dos grupos ou instituições envolvidas, diferenciando-os e deixando uma margem de privacidade aos papéis pessoais. 


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