quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Parábola - Aula de Administração

Aula de Administração
Adrian Rogers, 1931
Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. '
O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a".




MEU COMENTÁRIO APAIXONADO SOBRE A PARÁBOLA.

“É impossível multiplicar riqueza dividindo-a”.

Muito curiosa essa frase! De quem será? De algum faraó egípcio? De algum imperador romano? De um xeque árabe ou de um marajá indiano?
Desculpem-me os que concordam com esse pensamento, mas tenho fé hoje vivemos outros tempos e em outro modelo de sociedade.
Querer comparar o cenário de uma sala de aula com a realidade do país ou do planeta é uma proposição bastante ousada.
Não quero com este comentário fazer a defesa de nenhuma corrente ideológica, apenas trazer à reflexão um possível erro de avaliação. Sabe-se que há gente muito boa na arte de distorcer  fatos e de fazer com que qualquer analogia pareça válida.
Entendo que a dinâmica de distribuir notas em uma sala de aulas não se compara em nada com a necessidade da distribuição da riqueza entre os seres humanos.
Isso é tão surreal quanto dizer que os homens voam como os pássaros. Você concorda com essa idéia ?
Aprendemos sim a voar, mas graças ao invento do avião. Sem precisar de penas e nem de asas batendo, genial ! Melhor dizendo... acho estamos aprendendo a voar, já que os desastres aéreos ainda acontecem aos montes.
Agora pense, a realidade de um grupo de universitários estadunidenses que ingressam em uma rotina de estudos, supostamente em igualdade de condições de preparo, pode ser comparada à desigualdade de oportunidades instalada entre os seres humanos durante os últimos séculos? É justo comparar os alunos menos esforçados da parábola aos cidadãos que recebem subsídios como por exemplo o bolsa-família ?

Outra idéia instigante proposta no texto é a de que “o governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém”.

Muito bem pensado, o ato de tirar algo de alguém quando vivemos em sociedade é comumente conhecido como ROUBO, porém, quando quem tira é o governo legitimado por leis que, a priori, devem servir para viabilizar a vida em sociedade, preservando a dignidade dos seres e a justiça social, esse tirar de alguém muda de nome, é mais conhecido como IMPOSTO.
Mesmo no regime capitalista mais selvagem, a regra também é essa, empresas e pessoas com muito dinheiro pagam impostos, às vezes muitos impostos, ou pelo menos deveriam pagar...
E quando os que pagam impostos não estão satisfeitos com a contrapartida oferecida pelo governo, diz o sistema democrático, que temos a oportunidade de a cada 4 anos tirá-los do poder e escolher novos representantes pelo voto. Esse é o poder do voto, provocar a manutenção ou a mudança no modo de governar.
Alguns insatisfeitos mais ricos,  práticos, empreendedores ou visionários, podem escolher uma entre muitas outras saídas, por exemplo: mudar-se “de mala e cuia” para Miami ou Paris, pois “lá a coisa funciona”; mandar seu dinheiro para algum paraíso fiscal e ficar livre de reparti-lo; instalar sua nova fábrica na China ou na Índia, já que lá se paga bem menos impostos e a miséria social é “apenas um detalhe”; ou organizar-se em partidos políticos para fazer oposição ao governo com vistas a substituí-lo.  É fácil, escolha uma sigla com duas, três ou quatro letras  (cinco ainda não vi, imaginem,  PMDSB !) e um número com dois algarismos, o cinquenta e nove eu acho que ainda está livre...
Em outras palavras, essa última opção é a de tentar influenciar a população a passar para o seu lado, mesmo que para isso tenham que distorcer alguns fatos e convencer aos menos avisados de idéias como as de que “sim, voamos como os pássaros”.
Muitos seguirão acreditando nisso, mas como já dizia o poeta, “assim caminha a humanidade, a passos de formiga e sem vontade”.
Peço a Deus que nunca me prive da capacidade de pensar e de perceber o que acontece ao meu redor.

IVAN PAULO RODRIGUES QUADRADO

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