sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Se você acha que errar é bom, precisa acertar mais


Se você acha que errar é bom, precisa acertar mais

Muita gente gosta de dizer que errar é bom, que tem seu lado positivo e que é errando que se acerta. Quem pensa assim, está precisando acertar um pouco mais.
Errar não é bom e ninguém gosta. Ninguém prefere errar a acertar. Errar só tem o seu lado positivo se você conseguir aprender com o seu erro - e isso é bem diferente do erro propriamente dito, pois você também pode aprender acertando, ou até mesmo aprender antes de tentar. E não é errando que se acerta; é acertando que se acerta.
Destacar o lado positivo do erro tem duas funções: recuperar o moral do indivíduo ou nivelar dois fracassados. Obviamente, é o primeiro caso que nos interessa, pois você jamais verá um enxadrista consagrado falando de seus piores jogos, nem encontrará "Pai Rico, Filho Pobre, Neto Miserável" nas livrarias, tampouco lerá uma entrevista de alguém explicando como perdeu dez milhões na Bolsa.
Quem prega as virtudes do erro já se recuperou dele há muito tempo e, honestamente, preferia não tê-lo cometido. Nunca ouviremos alguém que está no fundo do poço dizendo que foi maravilhoso ter errado. Então por que você acha que pode ser bom estar no lugar desta pessoa?
Só há um motivo para dizer que errar é bom: não há mais nada para dizer. É como quando um passarinho faz cocô na sua cabeça e alguém diz que é sorte. Como, sorte? Só se for sorte do passarinho por ter acertado, em pleno vôo, uma área de um palmo, a dez metros de altura. Isso é sorte!
Harvard_business_review_2011_04A edição de abril da Harvard Business Review é toda dedicada aos erros, mas não há nela sequer uma linha dizendo que errar é bom.
Há, sim, artigos explicando como aprender com os erros, mas que o ideal é evitá-los aprendendo antes que eles tenham tempo de aparecer. Há, também, textos que mostram que empreendedores em série dificilmente aprendem com seus erros e, o que é pior, tendem a se tornar cada vez mais otimistas - mesmo só tendo fracassado.
O grande problema do erro - digo, além de suas consequências imediatas - é o impacto que ele tem na confiança das pessoas. Mas errar não significa (necessariamente) que você é incapaz de realizar tal tarefa. Significa que daquela vez você não conseguiu, ou que fazendo daquele jeito, com aquelas informações, não deu certo.
Talvez você ainda não esteja preparado, talvez não seja a hora, talvez você precise de metas mais realistas. Ou talvez você jamais consiga realizar aquilo mesmo.
Se havia 1.000 alternativas e alguém lhe diz que errando você ao menos eliminou uma delas, pense que acertando você já eliminaria, de uma só vez, todas as 999 erradas.
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