| Em agosto do ano passado, a montagem de uma tenda de 1.500 m2 no estacionamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) chamou a atenção do estudante de engenharia Alessandro Rodrigues Ananias. Grifes reluziam em meio à confusão de dezenas de estandes sendo erguidos. Armava-se o palco para a feira de recrutamento da Poli ou o Workshop Integrativo. Mais de 20 grupos empresariais, durante dois dias, colocaram-se à disposição dos estudantes. O objetivo: ver e serem vistos. Alessandro, 22 anos, se candidatou a um estágio no estande da Telefonica. Dois meses depois, foi chamado. “Abriu-se, para mim, uma grande oportunidade”, diz ele. Uma chance para o universitário começar a carreira em grande estilo, as feiras de recrutamento são, hoje, uma necessidade para corporações que queiram fazer frente à guerra pelos jovens talentos. “A competitividade entre as empresas para atrair essa mão-de-obra é muito grande. A feira nos aproxima das universidades e nos permite destacar de forma mais ampla e efetiva as oportunidades de carreira que oferecemos”, diz Alexandre Leite, gerente de RH da Procter & Gamble, assídua freqüentadora das feiras desde 1999.  Durante essas feiras, explica Leite, os alunos esclarecem dúvidas de carreira e começam a quebrar paradigmas, como o de que quem cursa engenharia não pode trabalhar em outra área como o marketing. “Eu mesmo me formei em engenharia naval na Poli e estou na área de RH”, conta. A participação em feiras para atrair talentos não é exclusiva da P&G no Brasil. Dentro do programa mundial de carreiras do grupo, a participação nas feiras de recrutamento é uma das estratégias, pela eficiência na política de atrair a comunidade das melhores universidades e pelo alcance da medida. O gerente explica que 90% das contratações de estagiários e trainees, atualmente, advêm das feiras e eventos que a P&G participa.Participante desde 91 do workshop da Poli, a Unilever aproveita a oportunidade da feira para difundir os programas de estágio e de trainee da empresa. “Depois que começamos a participar das feiras, o número de inscrições para os programas de estágio e trainee aumentou vertiginosamente”, revela a gerente de RH da Unilever, Adriana Chaves. Adriana diz que se preocupa em levar para os eventos os trainees que já estudaram na mesma universidade à qual a feira está vinculada. “O fato de ter uma pessoa da Unilever, que já estudou na instituição, ajuda na comunicação empresa-aluno, porque eles falam a linguagem do estudante daquela universidade”, diz. “É uma forma de os alunos visualizarem seu próprio futuro”, completa. Os eventos têm servido ainda como ferramenta de marketing, para a Unilever reforçar a imagem de suas marcas junto aos universitários. Segundo Adriana Chaves, as feiras ajudam no reconhecimento pelo aluno dos produtos fabricados pela multinacional. “Muitos chegam no estande e dizem que nem sabiam que tal produto era da Unilever”, diz Adriana. Como funcionam As feiras de recrutamento que acontecem em diversas universidades do País são uma espécie de evento fixo nos calendários acadêmico e corporativo. Segundo a professora Ivone Carmen Dias Gomes, coordenadora geral do Coordenadoria Geral de Estágios (CGE) e responsável pela organização da feira de recrutamento na PUC – SP, “as feiras são uma oportunidade para os alunos conhecerem melhor as empresas que mais empregam, e, o melhor, no ambiente do próprio aluno,” diz Ivone.  Marcelo Shin Park, do quarto ano de engenharia civil da Poli, organiza com um grupo de mais 12 estudantes o 14º Workshop Integrativo da universidade. “Esperamos 9.000 alunos na edição deste ano”, afirma. O custo dessas feiras de recrutamento varia muito, mas, em geral, é devido à locação do espaço nas universidades e à decoração dos estandes.A maior feira de recrutamento é o Eife (Encontro de Integração Faculdade-Empresa), realizado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Neste ano, o Eife comemora sua segunda edição, e conta com o apoio de mais 18 universidades do Estado de São Paulo. As empresas também montam estandes, onde apresentam seus produtos e programas de recrutamento, além de poder fazer marketing institucional. Rubens Luiz dos Santos Henriques, presidente da comissão organizadora do II Eife, diz que a feira é uma oportunidade de se discutir e tornar mais ágil os programas de seleção e recrutamento dos melhores universitários para as empresas. “Uma das filosofias que rege o evento é a possibilidade de dar um impulso ao trabalho do RH das empresas participantes”, diz Henriques. Colaborou: Nina Bandeira Telefones úteis: 14º Workshop Integrativo Poli Júnior Quando: 18 e 19 de agosto Informações: www.polijr.poli.usp.br/workshop Tel./fax: (11) 3091-5477 / (11) 3091-5797 II Eife Encontro de Integração Faculdade Empresas Quando: 12,13 e 14 de agosto Tel. (12) 3947-7218 / (12) 3947-7229 Fax: (12) 3947-7251 3ª Semana de Recrutamento da PUC-SP Quando: 15 e 16 de junho Informações: www.usjt.br/servicos_alunos/diue/ Tel. (11) 6099-1698 / 1971 / 1728 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário