terça-feira, 8 de junho de 2010

Pilares do sistema de sucesso do negócio familiar

Empresas Familiares 2009 | John Davis
Pilares do sistema de sucesso do negócio familiar

O palestrante John Davis, assim como fez a abertura do evento, fez a apresentação final, explicando o que é preciso para manter saudável a estrutura de uma empresa familiar. Ele mostrou análises e estudos comparativos.
Com base em análises e estudos comparativos de empresas familiares e não familiares de mais de 20 décadas, John Davis montou sua versão sobre o que é preciso para uma empresa familiar ser bem-sucedida. Foi esse o tema da palestra que encerrou Fórum Mundial de Gestão de Empresas Familiares, que ocupou o Teatro Alfa entre ontem e hoje.
Após falar sobre várias pesquisas que apontam que as empresas podem ser tão eficientes ou até mais do que as outras, Davis explicou que o grande "porém" desses estudos é que eles não definem uma fórmula de sucesso que se possa replicar. Foi pensando nisso que ele montou uma representação gráfica, similar ao Parthenon grego, que mostra fatores comuns a diversos casos e que ajudaram a construir uma empresa familiar sólida e de sucesso.
“Não há muitas explicações sobre por que as empresas familiares se saem melhor nessas pesquisas, mas há pistas: uma delas é o horizonte de tempo maior, mais planejado para o futuro, com mais oportunidades em que investir e se concentrar”, explica. Isso posto, o que é preciso é construir uma sólida fundação para sustentar pilares poderosos que erguem o “telhado” de orientação cultural da empresa e da família.
Construindo um templo
De acordo com John Davis, as orientações culturais devem ser:
- promover a estabilidade, com o intuito de mostrar que a empresa é confiável, tem ética e valor moral alto e está ali para ficar;
- pensar a longo prazo, tendo em mente que o bom leva tempo para ocorrer;
- buscar a excelência, que implica dar valor a tudo o que se faz dentro de uma empresa.
Essas três orientações culturais reforçam-se entre si e resultam em performance superior. Para sustentar esse tripé, é preciso alguns pilares que o professor chama de “pilares de comportamento”.
O primeiro deles é ter propósitos inspiradores e estratégias de adaptação que se encaixem com a missão familiar. O segundo é o senso de momento, em que o crescimento da empresa mantém a excelência e a família unida, saber a hora de ser persistente e de ser agressivo, além de saber exatamente o momento de decidir e fazer a sucessão, conferindo às ações o timing certo.
A saúde financeira é o terceiro pilar. Para mantê-la, as empresas devem ser saudáveis, com modelos de negócio lucrativos, margens operacionais elevadas, reinvestimento agressivo, capital adequado e retiradas sustentáveis. “É fundamental reduzir a dependência financeira da família da empresa com outras fontes de patrimônio, como imóveis e investimentos”, aponta o palestrante.
O quarto pilar se refere à seletividade, unidade e comprometimento. “Aqui, entra a possibilidade de se fazer boa seleção de empregados e até de proprietários, que devem ter comprometimento por orgulho e participar da gestão porque querem, e não por coação”. Isso nos leva ao quinto pilar, que une profissionalismo com o que Davis chama de “familiarismo”. Ele explica que é preciso recompensar cada um sempre pelo seu grau de compromisso e contribuição efetiva para a empresa e que é preciso haver prestação de contas e transparência.
Além disso, membros da família precisam ser punidos se errarem, o que compõe o profissionalismo. Já o “familiarismo” é ter, na empresa, um sentido real de família, de preocupar-se uns com os outros, inclusive funcionários.
O sexto pilar consiste na cultura de honestidade, realismo e objetividade que depende de que a família e os gestores tenham tudo muito claro, com foco, diálogo frequente, inclusão e respeito por outras visões, conselheiros objetivos e tradições que não são santificadas. O último pilar é o legado familiar, tanto anterior quanto posterior.
Todos os sete pilares estão apoiados sobre fundações sólidas que consistem no encaixe de quatro pedras fundamentais:
- uma tribo leal, que envolve tanto a família como funcionários;
- uma família responsável;
- parceiros confiáveis e servis;
- proprietários gerenciais.
Nesse ponto, Davis faz uma importante ressalva que serve para reflexão em todas as empresas familiares: o membro da família que vai gerir o negócio deve ser escolhido por realmente merecer. “Gestão de empresas não é direito de berço. Se não tem talento e comprometimento, contente-se em ser apenas proprietário”.

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