terça-feira, 8 de junho de 2010

Mecanismos de estabilidade e conselhos efetivos


Empresas Familiares 2009 | John Davis Mecanismos de estabilidade e conselhos efetivos




Na continuação de sua palestra, John Davis falou sobre a importância da estabilidade da família para a aplicação bem-sucedida da governança corporativa nas empresas.
Com base em suas pesquisas, John Davis afirma que, quanto maior a estabilidade da família, que é promovida pela governança corporativa adequada, mais as empresas ficam satisfeitas com seus conselhos. Essa estabilidade é promovida pelo uso de mecanismos que abrangem:
- declarações de missão e valores;
- acordos de acionistas, como os de compra e venda de ações entre familiares (utilizados por apenas 22% das empresas familiares brasileiras);
- políticas de dividendos (60% das empresas brasileiras), de regras para as decisões dos proprietários (70%), de qualificações para tornar-se um proprietário (23%);
- planos de herança (43%) e protocolo familiar (13%);
- estruturas como os encontros anuais gerais (42%), reuniões de conselho de acionistas (40%), de conselho familiar (34%) e a assembleia familiar (15%).
“Devemos manter a simplicidade, mas as ferramentas devem ser usadas”, diz Davis, refletindo sobre a sobrevivência da empresa familiar, principalmente após o estágio de confiança total no seu fundador, quando a família cresce e o poder é pulverizado entre os familiares.
O palestrante explica que os conselhos variam em estrutura e funções. Há conselhos que permanecem só no papel, há os “conselhos-carimbos”, que são mera formalidade e apenas aprovam as decisões do líder da empresa, e há os conselhos efetivos, que oferecem aconselhamento aos gestores. “O conselho consultivo não tem autoridade formal, enquanto que o administrativo toma algumas decisões e pode, inclusive, vetar decisões do presidente”, explica Davis.
A maioria das empresas prefere ter um conselho consultivo, mas o palestrante não se posiciona a favor de um ou de outro. O seu ponto é claro: “Desde que o conselho consultivo atue como orientador de fato, tanto faz”.
Para Davis, um conselho é efetivo contém até dez membros, na sua maioria independentes. Um bom conselho também protege os interesses dos acionistas e da empresa. Por esse motivo, o especialista se posiciona contra a distribuição de dividendos para os seus membros: “Se eles tiverem ações, pensarão como proprietários. É melhor que recebam apenas honorários”.
Davis também lembra que os membros do conselho têm de ser qualificados e ter mandatos definidos desde o início de sua atuação como conselheiros, “para não pensarem que é um cargo vitalício”. O consultor sugere, ainda, adotar a idade de 65 anos para a aposentadoria dos membros, sejam eles familiares ou não.
O palestrante conclui sua primeira apresentação no Fórum Mundial de Empresas Familiares com mais uma recomendação: “Se vocês acreditam nos benefícios que apresentei, faça da estruturação do conselho uma prioridade para o próximo ano. Há muitas pessoas querendo servir a sua empresa e, certamente, elas lhes ajudarão”.


HSM Online
19/05/2009

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