domingo, 27 de junho de 2010

A Dieta do Cérebro II

18.09.2008

Dieta do Cérebro

Alimentação correta e exercícios amenizam efeitos do tempo no desempenho da mente
Ele comanda nosso raciocínio, movimentos, lógica, intuição. Mas, por desleixo ou excesso de zelo por outras partes do corpo, acabamos por deixá-lo de escanteio. Coração, músculos e a aparência costumam estar na nossa lista de prioridades. E esquecemos o principal. Anos depois, o troco: é ele quem se encarrega de esquecer seus donos. Ao envelhecer, o cérebro apresenta lapsos de memória, falta de raciocínio e lentidão. Sintomas que poderiam ser amenizados, segundo especialistas, com base em uma alimentação balanceada e rica em nutrientes.
Afinal, que poder os alimentos têm a ponto de interferir no desempenho intelectual das pessoas? A constatação é supreendente: há ingredientes que não só fazem bem para o cérebro como são capazes de reativar a memória e o raciocínio. Segundo um estudo feito pelo neurocientista Fernando Goméz-Pinilla, da Universidade de Califórnia (EUA), alguns alimentos contêm substâncias específicas cujo papel é, entre outros, melhorar a inteligência e combater a degeneração dos neurônios. A conclusão tem até nome e regra - a dieta do cérebro, como classifica o médico norte-americano Alan C. Logan, da Universidade de Harvard, autor do livro The Brain Diet.
A médica ortomolecular, reumatologista, nutrologista e fisiatra, Sylvana Braga, do Hospital das Clínicas de São Paulo, diz que, com uma dieta bem feita, e exercícios físicos, idosos podem recuperar as faculdades mentais.
Verde - Um dos principais alimentos listados são os antioxidantes, que eliminam os radicais livres, ou seja, os resíduos das transmissões nervosas. Azeite de oliva, sementes (nozes, castanhas, damasco) e cereais integrais (aveia e gérmen de trigo) são indicados. “A castanha do pará, e as sementes em geral, têm ácido fólico e vitamina E. O ideal é comer duas por dia”, ensina a nutricionista Rijane Barros. Ela indica misturar frutas ricas em vitamina C (abacaxi, laranja, limão e goiaba) com vegetais de verde intenso.
Espinafre, brócolis, pimentão, couve-flor e rúculasão a “menina-dos-olhos” da dieta. Segundo estudiosos, esses produtos contêm vitaminas do complexo B, ideais para incrementar a memória, ajudar na fala e combater a demência. Mas o cardápio não se restringe só a folhas e frutas. Carnes brancas (peixe e frango) e abacate contêm o ácido graxo Õmega-3, também presente nas castanhas, substância que torna a membrana cerebral mais fluida e facilita a passagem dos neurotransmissores. “Os carboidratos e as gorduras endurecem o cérebro. As proteínas, encontradas em derivados do leite, soja e peixe, são fundamentais para renovar as células nervosas. Pelo menos, deve-se comer duas vezes por semana”, sugere Sylvana.
O aposentado José Francisco da Silva, 78 anos, há três anos, combina exercícios com uma alimentação saudável. Na dieta, inhame, frutas, leite desnatado e carne branca. “Apesar da idade, não sinto nenhum cansaço e me lembro de tudo”, diz. Há, no entanto, médicos que recomendam precaução em relação às dicas, sobretudo em grupos de terceira idade. “É preciso buscar a orientação médica antes de optar pelo método”, alerta o geriatra Alexandre de Mattos, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em Pernambuco.

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