quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Contrata-se pela competência técnica e se demite pela comportamental



Está cada vez mais difícil contratar pessoas, pois apenas olhar um currículo e realizar uma entrevista individual ou coletiva para analisar a competência técnica não atende 100% dos requisitos necessários para se identificar um bom candidato. Analisar um currículo com nome, endereço, número de documentos, estudo, graduação, pós, cursos, experiência profissional, palestras e seminários significa que você está olhando apenas a parte técnica do candidato. É o que normalmente as organizações fazem, ou seja, são os motivos de contratações das empresas hoje em dia: contratam o funcionário pela competência técnica.
Após a análise prévia do currículo, chama-se o candidato para uma entrevista individual ou coletiva, mas também é muito difícil conseguir captar a real competência comportamental, pois claro que o candidato vai se vender da melhor maneira possível: ele sabe trabalhar em equipe, é flexível, adapta-se fácil. Mas no dia a dia, podem ocorrer coisas diferentes do que as que foram levantadas durante a entrevista. O pior é quando isso acontece e começa a gerar problemas internos na equipe, quando as pessoas começam a se desgastar por causa de um profissional que é complicado. Para o gestor é a pior parte, pois dar o feedback nem sempre resolve e o desligamento vem logo em seguida.
Li uma reportagem na revista VOCÊ S/A que retrata exatamente isso, 87% das demissões hoje em dia são por problemas comportamentais e apenas 13% por problemas técnicos. Mas o pior não é isso! Segundo a pesquisa 61% dos profissionais não receberam o feedback adequado sobre a real circunstância de sua saída, e eles saem do emprego achando que foram demitidos por falta de atualização ou experiência e não por problemas comportamentais. Logo o funcionário nem imagina porque foi demitido e, com certeza, realizará os mesmos erros novamente no próximo emprego.
Falando um pouco mais sobre competência comportamental, todos nós já nascemos com uma base comportamental condicionada, seja pela educação que recebemos de nossos pais ou durante a escola, viemos adquirindo isso durante todo o tempo. Às vezes, fazemos coisas que depois e, em seguida, nos damos conta que aconteceram no automático, ou seja, nem percebemos nossas atitudes, e vamos ver o que fizemos depois que aconteceu a situação. Você já se deparou com uma situação dessas?
Mas como o gestor pode ajudar no desenvolvimento da competência comportamental? Um dos recursos mais utilizados hoje em dia é o coaching, onde o gestor utilizar essa ferramenta para desenvolver as habilidades comportamentais de seus funcionários, sendo rápido, eficaz e objetivo. Pode ser inserida em treinamentos, dinâmicas de grupo, avaliação de desempenho, vivenciando situações do dia a dia. Ou seja, o gestor também é responsável pela sua equipe e necessita ajudar no desenvolvimento comportamental, de sua equipe.
O intuito desse artigo de maneira alguma é desmerecer a parte técnica das pessoas, pelo contrário. Ter só o comportamental e não saber utilizar a parte técnica também não garante o emprego, é como diz aquele ditado, "muita manchete e pouco conteúdo". Ou seja, ninguém consegue manter-se apenas com um dos lados, deve haver um equilíbrio harmônico entre o técnico e o comportamental, como tudo na vida, devemos sempre manter o equilíbrio para sermos bons como pessoas e como profissionais.

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