sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

MIT e USP ao alcance do mouse


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


por Julio Caldeira

Tudo começou no início dos anos 2000, quando o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, passou a disponibilizar aulas gratuitamente na internet. Desde então, o movimento de democratização do conteúdo de nível superior já alcançou instituições como a tradicional Harvard e o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) – e chegou ao Brasil, envolvendo nomes como Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os formatos variam desde aulas e palestras disponíveis na rede, como no caso do MIT, a cursos inteiros de graduação, com diploma, que podem ser feitos a distância, com o auxílio das plataformas digitais, caso da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), iniciativa pública criada em 2008 e que tem parceiros como as citadas USP e Unicamp, e também a Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Centro Estadual de Ensino Tecnológico Paula Souza (Ceeteps) e a Fundação Padre Anchieta (FPA).

Para o linguista, Carlos Vogt, coordenador da Univesp, o programa tem demonstrado que as metodologias baseadas nas chamadas tecnologias de informação e comunicação (TICs) possibilitam a ampliação da oferta de vagas no ensino superior público gratuito de qualidade. “Com uma abrangência de atendimento à demanda social por vagas no ensino superior publico é possível modificar inteiramente o panorama dessa modalidade de ensino.” A Univesp já ofereceu, ao longo de quatro anos, cursos de inglês e espanhol, e especialização em ética, valores e saúde na escola. Atualmente, estão em andamento cursos de licenciatura em ciências e em pedagogia. As aulas são semipresenciais.

O programa utiliza um modelo de ensino-aprendizagem baseado no uso das TICs para a realização de atividades pedagógicas associadas à presença de professores/tutores que, tanto em momentos presenciais como no ambiente virtual, assumem o papel de mediadores e supervisores do processo de formação. O ingresso nos cursos formais se dá por meio de um processo seletivo, aberto a todos os interessados que tenham completado o ensino médio. A seleção é feita nos moldes dos vestibulares convencionais. No caso do curso de pedagogia, oferecido em parceria com a Unesp, o processo é organizado pela Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp); no caso das parcerias com a USP, as provas são aplicadas pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest).

Outra ação do programa é a Univesp TV, veiculada na web e pelo canal digital 2.2 da TV Cultura (acessível para quem tem TV com conversor). Nela, aulas, cursos e entrevistas levam o conhecimento para uma parcela mais ampla da sociedade. O canal transmite programas-aulas e programas complementares às atividades dos cursos diariamente, das 8h da manhã até 1h30 da madrugada. “Desde que foi ao ar, em 2008, já foram produzidas cerca de 900 horas de conteúdo original, distribuídas por cerca de 40 programas voltados para os cursos da Univesp”, informa Vogt.

Investimento em educação a distância

A transmissão de videoaulas é também a principal atividade do Veduca, site que já acumula em seu banco de dados 5.040 vídeos de 238 cursos, ministrados em universidades estrangeiras. O conteúdo, todo em inglês, tem legendas em língua portuguesa. “É um grande trabalho de curadoria”, explica o engenheiro aeronáutico Carlos Souza, um dos quatro sócios do empreendimento criado em setembro de 2011. “Não estamos produzindo conteúdo. Estamos selecionando as melhores videoaulas que já estavam na internet, mas de forma desorganizada, sem legenda etc”.

Segundo levantamento feito para a criação do site, três grandes grupos formam o perfil do aluno on-line no Brasil: os estudantes universitários – atualmente 6,1 milhões de pessoas –, os profissionais já graduados – hoje cerca de 18 milhões – e os professores universitários, atualmente 240 mil, segundo informações do Ministério da Educação (MEC). “O segundo grupo é o que eu considero o mais importante”, afirma Souza. “São pessoas que estão lá em busca de atualização: aprender técnicas novas, rever conceitos”. O engenheiro analisa ainda o que esse contingente revela sobre a formação acadêmica do profissional brasileiro, uma vez que o número de pessoas graduadas representa menos de 10% da população brasileira. “É inevitável comparar com países como os Estados Unidos, onde essa porcentagem é 40%, e Rússia, onde essa taxa chega a 54%”, analisa Souza. “O que nos leva a analisar que esse segundo grupo, embora seja grande, tem muito a crescer ainda”.

O empreendedor destaca que manter um site com esse propósito, e acesso gratuito, demanda custos e exige investidores. Nos Estados Unidos, para um curso de 20 a 25 aulas ir para a internet são necessários U$ 40 mil, entre produção, filmagem e edição – sem contar o custo posterior com os servidores. No entanto, o Veduca não obteve sucesso com empresas brasileiras. “Temos três grandes investidores, todos estrangeiros. Os investidores brasileiros, apesar de saberem que a educação é um dos nossos maiores problemas, não investem”, diz Souza. Segundo ele, a justificativa está na falta de garantia de retorno para o investimento. “Os investidores brasileiros têm muito pouco apetite para risco, e com isso eles acabam se fechando para as inovações”, sentencia o engenheiro.

Outro desafio enfrentado pela educação a distância no Brasil é a resistência das instituições públicas de ensino superior em contar com patrocínio da iniciativa privada para levar os projetos adiante. O problema foi enfrentado pelo Veduca, que perdeu a parceria com a Unicamp por esse motivo. “O pró-reitor [de graduação, Marcelo Knobel] me disse que a universidade tinha professores mais antigos no conselho acadêmico que iriam entender essa estratégia como uma ‘privatização’ da educação pública”.

Assim, as universidades públicas estão partindo para iniciativas próprias. É o caso da Unicamp, que criou o programa Aulas Magistrais, ligado a Pró-Reitoria de Graduação (PRG), que leva para a web aulas magnas ministradas por docentes da Unicamp aos alunos de graduação. De março de 2011 até agora são 17 vídeos, que vão ao ar na primeira semana de cada mês do ano letivo. “É uma forma de fazer com que o conhecimento produzido aqui não fique restrito à comunidade acadêmica”, afirma o professor Gilberto Alexandre Sobrinho, assessor da PRG e coordenador do programa. “As plataformas digitais permitem uma expansão do conhecimento.”

Embora a coordenação não controle o número de acessos às “aulas virtuais”, Sobrinho garante que ele deve ser alto, tendo em vista o retorno de internautas que chega semanalmente por e-mail. “São mensagens tanto de elogio ao programa quanto de sugestões de temas”, conta o professor. “A cada semana surge um tema diferente, desde questões do direto até homofobia no ensino básico.” O coordenador analisa que tal resposta é um reflexo do interesse das pessoas pelo conhecimento especializado acerca dos mais variados assuntos.

Veja abaixo algumas iniciativas brasileiras e internacionais que colocam o conhecimento ao alcance de todos. Só não aprende quem não quer:

No Brasil

Veduca

Univesp

Unicamp

FGV Online

Escola Virtual Bradesco

No mundo

Coursera

Udacity

Youtube EDU

iTunes U

fonte: http://www.canalrh.com.br/Mundos/mba_artigo.asp?o=0C525E22-082A-4F40-983B-CD32381699AE&sp=5R0K8x4.EM4K62D.DpQ.N3%40TUG..HyN%40Ja9

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