sábado, 29 de setembro de 2012

Sustentabilidade: uma das fronteiras da gestão


A realidade da sustentabilidade nas organizações brasileiras é de um “um museu de grandes novidades”, como sugere o cantor e poeta Cazuza.  Em 1987, o Relatório Brundtland foi publicado. Intitulado de Nosso Futuro Comum, o documento foi uma iniciativa da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que buscava alertar os países sobre a capacidade dos ecossistemas. Desde então, no Brasil, em termos de desenvolvimento sustentável, poucos esforços foram identificados.

Esse cenário aponta a sustentabilidade é uma das fronteiras a ser transposta por nossos gestores. O foco, essencialmente nos países em desenvolvimento econômico, é no resultado imediato. Há, portanto, uma transferência de responsabilidade para as gerações futuras, fazendo com que a sociedade do presente não se preocupe de forma efetiva com o futuro. Exemplo disso é a Rio+20, que definiu a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
Competitiva e sustentável
Há 52 anos no Brasil, a Tetra Pak vivenciou esses dois marcos da sustentabilidade e, com conhecimento de causa, sinaliza que o retorno do investimento em sustentabilidade não é econômico, muitas vezes. “A empresa tem que ter a visão de longo prazo. Os resultados financeiros, via de regra, são cobrados anualmente, enquanto que para as dimensões social e ambiental, às vezes, leva-se décadas para se enxergar os primeiros impactos de um ação”, pontua Eduardo Eisler, vice-presidente de estratégia de negócios da Tetra Pak.
De acordo com o executivo, a Tetra Pak tem conseguido ser competitiva investindo em tecnologia que minimize o impacto de suas atividades, trabalhando a gestão baseada no triple bottom line, no qual há um equilíbrio entre a gestão econômica, social e ambiental. “Acredito que as empresas que não basearem sua gestão no tripé da sustentabilidade não serão mais competitivas em um futuro bem próximo.”
O desafio da gestão sustentável
Ao Portal HSM, durante o Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão, Eisler revelou que educar os públicos da organização e conscientizar as pessoas a ponto de gerar mudança de comportamento é o maior desafio na gestão da sustentabilidade. Por isso, no início de 2012, a Tetra Pak lançou para o Brasil e para a América Latina, o programa Tetra Pak University.
A estratégia do novo programa está atrelada aos pilares da empresa: crescimento, inovação, meio ambiente e performance. Um dos objetivos é compartilhar conhecimento e as melhores práticas dos seus profissionais para o desenvolvimento, capacitação e retenção de talentos. “Além do programa inspirar os colaboradores a investirem no desenvolvimento pessoal, é uma importante ferramenta para disseminar as ações de sustentabilidade que a companhia realiza”, conta o executivo.
Do ponto de vista dele, as práticas de gestão da Tetra Pak demonstram que é possível conciliar sucesso empresarial com uma postura socioambientalmente responsável. Nos últimos anos, as principais frentes de trabalho da empresa no País têm sido o fomento às iniciativas de coleta seletiva das embalagens pós-consumo, o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem e sua transferência para empresas recicladoras, a educação ambiental e a busca pela utilização de fontes de energia limpas e matérias-primas renováveis. “O Brasil é hoje a segunda maior operação da Tetra Pak no mundo, atrás apenas da China, e em 2011 a empresa atingiu a marca de 12 bilhões de embalagens entregues localmente”, ressalta.
Desde 1997, a companhia investe em ações no Brasil em prol da preservação do meio ambiente. Este trabalho inclui inovações tecnológicas para reciclagem, relacionamento com as cooperativas de catadores e disseminação de informação sobre educação ambiental na web.  Em 2010, a Tetra Pak definiu globalmente o seu compromisso com o meio ambiente como o quarto pilar estratégico da companhia. “Foi uma evolução dentro da corporação, ao integrar o meio ambiente ao próprio negócio, formando pessoas técnicas e capacitadas em sustentabilidade, fortalecendo assim projetos e programas ambientais que passam a ser transversais entre os diversos setores, do chão de fábrica aos executivos”, comenta Eisler.

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