terça-feira, 21 de junho de 2011

Gestão Colaborativa

Gestão Colaborativa -    Darcio Corrêa Jr*

Esse conceito visa formar no grupo a idéia de que ele pode construir algo maior que a soma das partes. e mostrar que juntos podem voar mais alto, ver mais longe, chegar em lugares onde o individuo sozinho jamais chegaria. Com o tempo o grupo aprende que sonhar e realizar junto é muito mais significativo do que as realizações individuais.

"... a fonte das realizações humanas não serão mais as pessoas extraordinárias, mas a combinação extraordinária de pessoas". Robert Hargrove, Colaboração Criativa

Um bom exemplo de composição extraordinária de forças são as aves migratórias que, voando em “V”, podem cobrir o dobro da distância. A arte e a habilidade de aglutinar e compor forças de trabalho têm sido cada vez mais determinantes para o sucesso de muitos empreendimentos.

O problema é que juntar pessoas não é uma tarefa fácil, pois o convívio, se não for socialmente organizado, pode gerar atritos que enfraquecem o potencial do grupo.

Joyce Brothers e Edward Eagan relatam uma experiência interessante que mostra a relação entre ritmo de atualização do grupo e a produtividade. A experiência consistiu em comparar a produtividade de dois grupos de colhedores de trigo em campos de colheita que tinham como única diferença a marcação com bandeiras de dez em dez metros. No final verificou-se que o grupo que trabalhou no campo com as bandeiras terminou antes a tarefa. Para não ficar dúvidas a experiência foi repetida no dia seguinte invertendo-se os grupos. Novamente aquele que trabalhou no campo marcado com as bandeiras terminou antes a tarefa.

Essa experiência demonstrou que o número de atualizações num determinado espaço de tempo influencia diretamente o ritmo de produção e minimiza as possibilidades de desvio do objetivo.
No teste, as bandeiras serviram como indicativos de desempenho que mantinham o grupo atualizado quanto ao seu grau de sucesso. Enquanto um grupo tinha apenas dois indicativos de desempenho, ou seja, o inicio e o fim, o outro tinha atualizações a cada dez metros.

Tivemos a oportunidade de aplicar essa teoria pela primeira vez em 1993 num trabalho de consultoria realizado na Incof Vestuários Profissionais, uma empresa líder no seu segmento. Dividimos a fábrica em quatro células de produção. Cada quarto de capacidade de produção diária era representado por uma cor de bandeira. Quando a célula de produção concluía cada uma das etapas uma cor diferente de bandeira era levantada. Os resultados foram acima das expectativas, pois conseguimos incrementar em 36% o índice de produtividade da fabrica.

O fluxo de informações é vital para um grupo de produção colaborativa: quanto mais qualificado e regular for esse fluxo, maiores serão as chances de sucesso. Um dos principais sintomas de que as coisas não estão indo bem é o enfraquecimento do processo de diálogo do grupo. Normalmente começa com comunicação defensiva e ausência de troca efetiva de experiências e idéias.
Para manter-se na direção correta e ritmo adequado, o grupo de produção colaborativa precisa estar constantemente sendo atualizado. As reuniões semanais de atualização seguem a mesma filosofia. Infelizmente temos visto empresas que não fazem esse tipo de reuniões por achá-las improdutivas. Outras que as fazem mas não conseguem torná-las produtivas.

A nossa experiência tem mostrado que vale a pena investir na elaboração de novas dinâmicas e técnicas de produção colaborativa. As reuniões semanais são fundamentais porque possibilitam mais integração, dinamismo e vigor à corporação. Imagine quantos sonhos, idéias, projetos e histórias positivas estão deixando ser produzidos devido a nossa inabilidade de compor forças e talentos; o quanto as disputas por interesses individualistas, as puxadas de tapete e os atritos nos fazem perder em dinheiro, tempo e recursos!
Darcio Corrêa Jr - Consultor e Diretor da Contatos Consultoria Ltda -  especializada em Marketing de Relacionamento, Gestão Colaborativa, Atendimento, escritor e colunista.

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