terça-feira, 20 de março de 2012

Gestão de Recursos Humanos na medida para o mercado publicitário


 
 
Diretor de Recursos Humanos e Gestão de Talentos do Grupo ABC, holding que reúne 14 empresas de serviços de marketing e publicidade, 2.100 funcionários e já é considerada o 19º maior grupo de propaganda do mundo, José Ricardo Amaro é o primeiro entrevistado. Leia a seguir:
 
JRH – Como ingressou na área de RH?
JRA – Sou formado em Administração e comecei minha carreira como trainee de auditoria na PricewaterhouseCoopers. Depois passei por uma trade de sucos de laranja, pelo Grupo Eldorado e pela Philips, sempre na área de auditoria interna, até que fui convidado para assumir a diretoria de auditoria da Brasil Telecom, em Brasília. Três meses depois, fui transferido para o cargo de diretor de RH. Embora nunca tivesse trabalhado na área, havia expressado na entrevista de emprego com a presidente meu desejo de atuar com RH e a afinidade que eu tinha com a área, o que me levou a ocupar a função.

JRH – Como surgiu o convite para o Grupo ABC?
JRA – Depois da Brasil Telecom, fui para a Politec, também em Brasília, onde implantei políticas e práticas de gestão de RH. Após três anos, minha família manifestou o interesse de retornar a São Paulo. Foi aí que surgiu a oportunidade no Grupo ABC.

JRH – Quais os principais desafios da área de RH no grupo?
JRA – A área de RH é bastante nova no mercado publicitário e de comunicação. Dessa forma, nosso maior desafio tem sido fazer com que os profissionais sigam processos e adotem práticas de Recursos Humanos. Só para dar uma ideia, havia uma agência do grupo que não tinha nem plano de saúde para os funcionários. Já evoluímos bastante de lá para cá, mas ainda há muito a ser feito. O mais importante é que temos o total apoio dos acionistas e do chairman Nizan Guanaes, que, recentemente, fez uma apresentação em que falou sobre como construir o grupo com base em talentos e na meritocracia.

JRH – Cada agência tem o seu próprio RH?
JRA – Minha diretoria orienta e define as melhores práticas. No entanto, cada agência possui o seu próprio RH, que tem autonomia para escolher ferramentas e implantá-las, desde que se reporte a mim, pois trabalhamos em sinergia.
JRH – O que é feito em termos de qualidade de vida, pois existe um consenso de que os profissionais das áreas de comunicação, publicidade e marketing trabalham até tarde nas agências?
JRA – Estamos quebrando esse mito. No grupo, não existe a paranoia de varar a noite trabalhando, tanto que, em uma de nossas empresas, a Africa, o vigia passa diariamente, às 8 da noite, para apagar as luzes do escritório. Além disso, oferecemos academia, massagem, aulas deyoga, day off e horário flexível. Em razão disso, nosso grupo já ingressou no ranking das melhores empresas para começar a carreira.

JRH – O mercado publicitário é bastante competitivo. O que tem sido feito para reter os talentos?
JRA – O próprio momento do mercado brasileiro favorece a saída dos profissionais em todas as áreas. No segmento onde está inserido o grupo, em que se valorizam as premiações e há muito glamour, os talentos são muito assediados, o que leva a um rouba-rouba intenso entre as empresas. Por isso, para reter nossos talentos, procuramos passar a visão de cultura e valores do grupo e investir em ações de treinamento e desenvolvimento. Além disso, a visibilidade das empresas e a movimentação crescente delas dão segurança a nossos colaboradores, tanto que nosso turn over vem caindo ano a ano.

JRH – Que ações de T&D seriam essas?
JRA – Procuramos atender a todos os níveis das empresas, com ações voltadas para jovens aprendizes, estagiários, desenvolvimento de liderança e até presidentes e sócios, que participam de programas de estudos na Harvard Business School (EUA). Também mantemos uma universidade corporativa, que, em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper – Ibmec São Paulo), já formou 85 executivos.

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