segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Como posso usar a agressividade construtivamente?


Como posso usar a agressividade construtivamente?
 
Eunice Ferrari
 

" "Na origem, a agressividade quase sempre é sinônimo de atividade". - D.W.Winnicott -
Tenho recebido muitos e-mails de pessoas preocupadas com seu modo agressivo de reagir a situações corriqueiras da vida, sem sucesso na tentativa de controlar essa mesma agressividade.
Estou certa de que a única saída é o retorno à nossa natureza e essência compassiva. Não estou querendo dizer com isso, que devemos nos transformar a qualquer custo em pessoas passivas ou sem reação. Pelo contrário, sou a favor da pró atividade, como já mencionei em artigo anterior.
Como parte da natureza yang do planeta, a agressividade é algo latente em nós, seres humanos. Mas sinto que é necessário discriminar essa energia, para que ela possa fluir naturalmente em nossos organismos, nossa psique e nossa vida.
A agressividade é influenciada por inúmeros fatores, incluindo o biológico, o social, ambiental e parental. Não somos geneticamente compostos de uma natureza agressiva, pois temos o potencial para ambos: a compaixão e a agressividade.
Mas, repito, como força yang e um bocado mal elaborada, todos acabamos por desenvolver mais facilmente o potencial agressivo. Existe uma socióloga moderna, chamada Linda Wilson, que desenvolve um trabalho bastante interessante e que tem como principal fundamento a hipótese de que o altruísmo pode fazer parte do nosso instinto básico de sobrevivência, o contrário do que sempre aprendemos, de que a agressividade é a principal característica desse mesmo instinto de sobrevivência.
Se pararmos para refletir, poderemos observar que, em meio à catástrofes, há um forte padrão de altruísmo, de união e luta que faz parte da determinação pela sobrevivência de todos.
Cada vida passa a ter mais valor e parece que algo maior é acionado dentro de cada pessoa envolvida. O trabalho em equipe nos dá mais segurança, maior possibilidade de recuperação, menos problemas psicológicos.
Você já fez parte de algum trabalho em grupo, seja ele terapêutico, religioso, enfim, algum grupo com um objetivo comum? Quando percebemos que não estamos sozinhos em nossos sofrimentos e limites, nos sentimos parte do Todo, e percebemos que todos sofremos dos mesmos males.
Os laços se tornam mais fortes, criamos vínculos mais profundos, percebemos como nos sentimos bem e confortados, e que fazemos parte de algo maior que nós mesmos.
Vivemos em uma sociedade narcisista que enobrece os valores externos, uma sociedade esquizo, ou seja, dividida, e altamente competitiva e consumista. Quando buscamos a união, quando abrimos o canal da compaixão, a competição, a cisão e o narcisismo perdem o sentido, não sentimos mais o desamparo nem a solidão.
Quando semeamos o potencial altruísta e mudamos nossa visão sobre a natureza humana, damos passagem à possibilidade interna de olhar para o que existe de positivo em todos nós e nossa forma de conduzir a vida se transforma. Quando olho para o outro com olhos compassivos, me torno mais feliz.
Mas vamos voltar a falar de agressividade que é uma energia inerente a todos nós, e que com algum trabalho, pode ser transformada em algo mais positivo. A agressividade pode e deve ser uma energia saudável, um impulso para dominar nossa vida e ampliar nossas capacidades.
Ela é a força que nos capacita a escolher nosso caminho, e, se nos utilizarmos dela construtivamente, poderemos nos defender. Se essa energia saudável para dominar ou compreender o mundo não for canalizada e utilizada, se for represada por algum motivo, certamente você viverá buscando motivos para brigar.
A intolerância, a impaciência, o mau humor, todos esses sentimentos negativos e separatistas fazem parte de uma agressividade mal elaborada. A agressividade saudável é o único caminho para construirmos nossa independência e romper com pessoas que tentam nos dominar, controlar, ou impedir nosso crescimento.
Quando somos crianças, em nosso desenvolvimento infantil, a agressividade serve para nos impulsionar em direção à independência e à separação. Winnicott, psicólogo infantil, diz que agressividade é sinônimo de atividade.
Mas por que normalmente depositamos nossa agressividade em pessoas mais próximas, e freqüentemente as que mais amamos? Acredito que a construção da intimidade possa ser um desses motivos, porque quando amamos ou nos apaixonamos, nos sentimos inseguros.
Quando acreditamos que estamos à mercê do outro, com a sensação de que podemos ser dominados a qualquer momento, nos sentimos frágeis.
Quanto mais ligados ao outro estivermos, em nossa fantasia infantil, mais dependeremos deles para sermos felizes, e tal qual sentíamos em relação às nossas mães, ficamos sob o poder dessa pessoa, pois temos a sensação que nosso sentimento de amor, auto estima e bem estar dependem dessa mesma pessoa.
Daí, o que fazemos? É claro que, se agirmos inconscientemente, lutaremos pelo nosso espaço, empreenderemos verdadeiras batalhas para incrementar nosso poder e tal qual um animal defenderemos nosso território.
É tudo o que precisamos para firmarmos nossa individualidade. Mas acontece que temos um outro lado, tão forte quanto esse, um lado que é frágil, que precisa de união e até de uma certa simbiose de vez em quando,...o que fazer com esses dois opostos, que fazem parte de nossa história como humanos?A agressividade saudável nos presenteia com o desenvolvimento da vontade, da pró atividade, para nos tornarmos melhores do que somos e de crescer em direção ao nosso destino.
Entendendo sempre destino como ¿o caminho em direção àquilo que desejamos nos tornar¿, pois como já disse em outras oportunidades, nosso cérebro é dinâmico e sendo assim, podemos nos transformar e transformar nossas vidas no que há de mais positivo e verdadeiro dentro deste lindo planeta azul! Participe também do nosso grupo de orações! Curso "Aprenda a meditar": inscreva-se! eunice.ferrari@terra.com.br.
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