sábado, 16 de julho de 2011

A liderança colaborativa

Mais do que apenas atuar como uma equipe nas crises, as altas lideranças dentro das empresas devem trabalhar de forma colaborativa para aproveitar as oportunidades do momento.

O mundo empresarial parece não ter mais dúvidas de que o atual cenário exige que se tenha, em qualquer arena, uma nova forma de pensar, novas pessoas, novos perfis e novas competências. E, dentro dessas novas formas de pensar, encontra-se a colaboração entre os líderes na busca de oportunidades.

Muitos dirão que nas crises os líderes já são chamados e, que eles, em equipe, acabam apontando os caminhos das soluções. Se por um lado isso é correto, por outro, no dia-a-dia, os líderes, praticamente, não se conhecem, concentrando a sua ação no resultado imediato de sua unidade de negócio ou departamento, perdendo, assim, oportunidades mais globalizadas.

Embora a maioria dos líderes considere o trabalho em equipe importante e invista para que tenha sob o seu comando um time de alta performance, eles mesmos têm uma enorme dificuldade, para, juntos, trabalharem dessa forma. Motivos não faltam. Afinal, eles foram e estão acostumados a decidir sozinhos, o que é coerente com a sua formação.

Há tempos não lembram mais da disciplina requerida quando se atua num grupo de trabalho. Especialmente, se o time é formado por personalidades heterogêneas, como é a maioria dos casos. Assim, é factível concluir que quanto mais alta a hierarquia na qual os líderes se encontram, menos eles se sentem à vontade para trabalhar em equipe.

Evidentemente, não estamos advogando que os líderes passem a se reunir para analisar, debater e decidir qualquer coisa. Num mundo em que o cenário está em constante mutação, pela interação de três grandes forças, a globalização, a tecnologia da informação e a consolidação industrial, as empresas precisam estar presentes em mais lugares, observar mais as diferenças regionais e culturais e, principalmente, integrar estratégias coerentes para diferentes mercados e comunidades.

Esta realidade exige três atributos-chave dos atuais líderes empresariais:

Primeiro, a imaginação para inovar. Ao encorajar a inovação, líderes eficazes ajudam a desenvolver novos conceitos, idéias, modelos e aplicações de tecnologia que fazem a organização se diferenciar;

Segundo, o profissionalismo da performance. Líderes provêm competência pessoal e organizacional, suportados por equipes treinadas e desenvolvidas, constantemente, e executando seu trabalho com perfeição, agregando valor aos fornecimentos dos clientes cada vez mais exigentes;

E, terceiro, a disposição para a colaboração. Líderes fazem conexões com parceiros, internos e externos, ampliando, assim, o alcance da organização e, em conseqüência, as possibilidades de sucesso com a captura de novas oportunidades e concretização de novos negócios.

Na prática, isso significa que os líderes devem procurar mudar a forma de abordagem, desenvolver novas habilidades, aplicar múltiplas disciplinas, realizando reais tarefas em conjunto, conhecer a si e aos outros líderes relacionados — próximos ou distantes — e alcançar o equilíbrio entre a liderança tradicional e a liderança colaborativa.

Esta é a forma para iniciar, desenvolver e sustentar um processo colaborativo construtivo e juntar as pessoas certas para criar visões e conquistar oportunidades.

Muitos executivos não conseguem mudar fundamentalmente o seu estilo. Entretanto, em vez de tentarem ser o que não são, deveriam aprender a atuar em diferentes papéis, estimulando e sendo estimulados, assim, para os reais esforços da equipe.

É primordial que os líderes relacionados saibam identificar quando se encontram numa situação de trabalho em grupo ou não, e, assim, aplicar a disciplina necessária, mesmo que isso signifique a necessidade de uma liderança externa ao grupo. Na liderança colaborativa não há uma autoridade formal entre os pares.

Este tipo de liderança é extremamente novo nas organizações mundiais, mas está se tornando cada vez mais importante por uma série de razões bem documentadas: a mudança das estruturas organizacionais hierárquicas para horizontais; estruturas organizacionais achatadas; a tecnologia da informação, que permite às pessoas se comunicarem mais facilmente através das fronteiras; aumento da complexidade dos problemas das organizações que necessitam ser resolvidos diariamente e a economia global.

Não podemos forçar a colaboração, mas podemos esperá-la. As habilidades necessárias estão postas e precisam ser desenvolvidas.

Apesar da velocidade com que os mais diferentes cenários vão mudando, para muitos líderes é necessário lembrar: “Você está devagar para ir rápido”.

O autor é professor e diretor do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual.

http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/a-lideranca-colaborativa/5859/

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