terça-feira, 9 de junho de 2009

Escola de Relações Humanas

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História da Escola
A Escola de Relações Humanas teve sua origem em um movimento que surgiu da necessidade de humanizar e democratizar a administração libertando-a dos conceitos rígidos da Teoría Classica.
O desenvolvimento das Ciências Humanas, Sociologia Psicología, e a aparição dos movimentos sindicais ajudaram neste processo.
A escola como tal nasceu como consequência imediata das concluções obtidas por Elton Mayo e sua experiência en Hawthorne.
O individuo passa a ser considerado como ser humano, ser social, com objetivos e insercão própria, orientado pelas regras e valores do grupo informal “Homem social”.

Principais Contribuções
Chester Barnard (1938): elaboração de uma teoria social de organização;
èElton Mayo (1880-1949): através do estudo de Hawthorne, demostra as relações sociais no trabalho;
Parker Follet (1868-1933): conceitos de motivação a partir da Psicologia Social;
Kurt Lewin (1890-1947): precursor da dinâmica de grupo -estudo de pequenos grupos- importância da interação individual;
Herbert Simon: homem administrativo, importância da cooperação e inter-relação de grupo.
Elton Mayo (1880-1949)
Cientista social australiano emigrado para os Estados Unidos.

Professor e diretor de pesquisa da Escola de Administração de Empresas de Harvard.

Fundador do Movimento das Relações Humanas e da Sociologia Industrial . É considerado “O pai das Relações Humanas”.

Baseado na sua experiência em Hawthorne escreveu: “The Humam Problems of an Industrial Civilization” (1933), “The Social Problems of an Industrial Civilization” (1945) e “The Political Problem of an Industrial Civilization” (1947).
Caso Hawthorne (1927-1932)
Pesquisa desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores numa fábrica situada no bairro Hawthorne-Chicago-USA, chamada Western Electric Company.
Objetivo: encontrar a relação entre produtividade e condições físicas do trabalho (luminosidade, fadiga, etc)
Fases do análise:
Primera fase (1927): realizado com operárias divididas em dois grupos, procurou-se estudar a influência da iluminação.
Segunda fase (Abril 1927): realizado com 6 operárias submetidas a condições especiais de trabalho como variações de períodos de descanso e horários flexíveis.
Terceira fase (Set. 1928): iniciou-se o programa de entrevistas através da qual pretendia-se obter maiores conhecimentos sobre as atitudes e sentimentos dos trabalhadores.
Em 1931 se adotou a entrevista “não diretiva” mediante a qual o operário expressava-se livremente. Revelou-se a existência de grupos informais.
Quarta fase (Nov. 1931-May 1932): O objetivo foi analizar a organização informal dos operários e, sua relação com a organização formal da empresa.
“Embora haja algumas restrições metodológicas, os estudos de Hawthorne, são a fundamentação histórica mais importante quanto ao conhecimento do comportamento humano nas organizações”. (Chiavenato)

Concluções do Caso Hawthorne
O trabalho é uma atividade grupal: o nível de produção tem maior influência das normas do grupo que dos incentivos físicos ou fisiológicos.
O comportamento dos empregados sofre uma enorme influência das normas e valores desenvolvidos pelo grupo.
A maior integração social dentro do grupo de trabalho, maior a disposição de produzir.
Mais importante que o incentivo económico é a necessidade de reconhecimento e aprovação social que influênciam decisivamente à motivação do trabalhador.
O moral do trabalhador é influenciado pelo conteúdo e pela natureza do trabalho.

O administrador deve ser treinado para desenvolver sensibilidade e percepção para comprender as pessoas.

A empresa passou a ser vista como um conjunto de grupos sociais informais.

Surgiu o papel do “líder” que facilita a relação das pessoas e orienta ao grupo alcanzar os objetivos da organização.

Outras considerações
A escola de Relações Humanas acentua os elementos emocionais, não - planejados e irracionais do comportamento na organização, descobriu o significado, para a organização, da amizade e do agrupamento social dos trabalhadores.

Indicou a importância da liderança, da comunicação e da participação emocional na organização.

A partir dessas observações, criou-se o conceito de organização informal.
Mayo considerou a formação de grupos e as relações informais como uma forma de protesto contra a sociedade que tratava as pessoas como máquinas insensíveis e voltadas apenas para os interesses econômicos e onde o trabalho era altamente rotineiro.

Concluiu que os trabalhadores não podiam ser tratados, um a um, isoladamente, mas sim, como membros efetivos de grupos de trabalho sujeitos à influência desses grupos e de toda a estrutura da organização.
Críticas à Escola
A pesquisa ateve-se ao ambiente restrito das fábricas, deixando de verificar outros tipos de organizações;

Trouxe varios abusos e desvíos, manipulação humana através de táticas sutis de comunicação e dinámica de grupo;

O cientista social passou a ser um solucionador de problemas não um crítico independiente das relações sociais;

Não reconhecimento das condições económicas, sociais ou políticas da sociedade (não consideração da realidade da sociedade);
Crença do que o clima organizacional é suficiente para o aumento da produtividade;
Pouca atenção foi dada à estrutura organizacional (ênfase exagerada nos grupos informais);

À medida que se valoriza o operário, diminui a atenção dada aos consumidores e a empresa;

Desconsideração da divisão de clase.
Bibliografia
- CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979
- GOMES VIEIRA, M. A; e GOMES, R.C.R. A tecnologia de Informação, a empresa e o emprego virtual-uma abordagem sobre as conseqüências nas relações formais e informais de trabalho. Revista Brasileira de Administração Contemporânea-Recursos Humanos ANPAD, vol.1, n 9, Rio de Janeiro, 1995
- KWASNICKA, Eunice L. Teoria Geral da Administração, ATLAS, 2ª , São Paulo, 1991
- LODI, João Bosco. História da administração. São Paulo: Pioneira, 1984

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